A Antler, que já investiu em mais de 1.000 startups nos EUA, Europa e Ásia, está aumentando a sua aposta no mercado brasileiro.

A gestora de Cingapura, que desembarcou no Brasil em 2022, acaba de selecionar mais 10 startups brasileiras para ingressarem em seu portfólio, chegando a 22 empresas iniciantes no Brasil, que já receberam US$ 2,1 milhões.

As companhias investidas nesta rodada foram Arca, Avnue, Buzzmates, Cercle, Conducco, Easy Telling, Govy, Onstoq, Vizineo e Znit. A Antler fica com uma fatia de 10% de cada negócio e investe, em cada uma, aproximadamente US$ 150 mil.

As startups atuam em diferentes segmentos. A Arca, por exemplo, é uma cleantech que usa inteligência artificial para auxiliar em processos de triagem de resíduos sólidos e ajudar empresas de coleta. Já a Vizineo opera uma plataforma SaaS voltada para a gestão de condomínios.

Em comum entre as startups está o fato de que todas foram criadas sob a supervisão da própria gestora, que busca startups embrionárias ainda no PowerPoint ou na prancheta. O deal flow acontece através de um programa semestral que conecta empreendedores e ajuda-os a desenvolver novos negócios. Foram três edições realizadas até o momento no Brasil.

“É um programa que tenta tirar a dor do começo da jornada”, diz Marcelo Ciampolini, general partner da Antler no Brasil, em entrevista ao NeoFeed. “A Antler entra no negócio no momento os empreendedores iriam recorrer ao family and friends na busca de recursos.”

Com duração de 10 semanas e ocorrido presencialmente em São Paulo, os programas da Antler começaram em 2022 e já receberam mais de 3,5 mil inscrições. A próxima edição começa em março e já tem mais de 1 mil inscritos.

Marcelo Ciampolini, general partner da Antler no Brasil
Marcelo Ciampolini, general partner da Antler no Brasil

O modelo aplicado no Brasil é importado de outros países nos quais a Antler já realizou este mesmo programa. Foram mais 100 edições feitas em 27 mercados diferentes ao redor do mundo. Mais de 1 mil empresas foram investidas pela gestora através desta iniciativa.

Fundo maior

O dinheiro para fazer essas apostas vem de um fundo de US$ 30 milhões que a Antler criou dedicado para o Brasil. A gestora entra com 40% do valor. O BNDES, através de uma chamada pública, vai destinar US$ 10 milhões. O restante é obtido com family offices brasileiros e estrangeiros.

Ciampolini diz que a captação ainda está em andamento e que, no momento, tem 25% do valor. “Mas já tenho o commitment de US$ 30 milhões”, afirma. Com o dinheiro “a caminho”, Ciampolini quer  quer aumentar o fundo para US$ 40 milhões e espera captar o valor total neste ano.

Além dos US$ 20 milhões que serão dedicados para os investimentos em startups, a Antler vai destinar o restante do valor para operações de follow on. “A gente segue investindo, mas não lideramos. Queremos que os founders tenham uma validação do mercado”, afirma Ciampolini. A ideia é acompanhar até a série A.

“Quando as startups chegam no fim da série A e começam a olhar para uma rodada de série B, elas entendem que precisam mudar o captable”, afirma Ciampolini. “O smart money é outro. Eu não preciso ir até o IPO. O ciclo é mais curto do que a média do mercado.”