Plataforma de social commerce investida por Alibaba e Tiger Global e que já tem mais de 3 mil clientes no mundo, a Sleekflow está desembarcando oficialmente no Brasil. A previsão é de que em 2023 o mercado brasileiro já represente 25% da receita da companhia que opera com uma plataforma de comunicação omnichannel.

A escolha para expandir para o mercado brasileiro se deu a partir do interesse do brasileiro em redes sociais. “É o principal país na região em termos de ação do WhatsApp para o e-commerce”, diz Henson Tsai, fundador e CEO da startup.

Fundada em Hong Kong em 2019, a Sleekflow ganha dinheiro ao oferecer a assinatura de seu software de gerenciamento de canais de comunicação, como WhatsApp, Facebook, Messenger, Telegram, entre outros. O sistema também permite controlar APIs de serviços de marketing, CRM e e-commerce.

O valor mensal parte de R$ 539 por mês para pequenas empresas e R$ 1.899 para companhias de porte médio. Para grandes corporações, a plataforma conta com mais funções e o valor é negociado caso a caso. Alguns clientes que fazem parte da carteira são Shopee, Shopify, Hypebeast.

No Brasil, a companhia começou a operar nas últimas semanas e tem entre seus clientes a operação local da Lalamove, serviço para conectar consumidores com entregadores autônomos. A operação no país conta com 7 funcionários atualmente, mas a previsão é escalar este número para entre 25 e 30 até o fim de 2023.

No Brasil, a Sleekflow vai competir contra outras empresas que também já oferecem sistemas de comunicação omnichannel. A Locaweb, por exemplo, comprou a operação da Octadesk, startup especializada neste tipo de trabalho, por R$ 102 milhões em 2021.

A Rocket.Chat, startup gaúcha que no ano passado levantou US$ 19 milhões junto ao Valor Capital Group e em rodada que também contou com a participação de Greyfcroft e Monashees, é outra rival.

A expectativa é de que o Brasil possa ser a porta de entrada para a companhia na América Latina. Por ora, a startup já tem presença física em Hong Kong, Cingapura, Indonésia, Malásia, África do Sul e Reino Unido. Além da América do Sul, a Sleekflow espera se aproximar também do México e dos Estados Unidos.

Uma incursão para o mercado americano, no entanto, deve ser feita somente quando a operação estiver mais madura por aqui. A expectativa é de que isso só aconteça após uma nova captação de recursos. A Série B está em negociação, mas só deverá ser fechada a partir do segundo semestre do ano que vem.

O que se sabe por ora é que a companhia está sondando diferentes investidores para uma nova rodada, principalmente gestoras locais. “Uma das prioridades é aumentar o quadro de sócios com investidores brasileiros”, afirma Tsai. Isso será feito para ajudar a “abrasileirar” a plataforma visando aos consumidores locais.

“Em Hong Kong, as pessoas não interagem muito em termos de anúncios no Facebook ou no Instagram, o que é muito diferente do hábito do consumidor brasileiro que consume muito conteúdo nessas plataformas”, diz Tsai. “Estamos nos adaptando às mudanças e entendendo como podemos nos comunicar melhor com este público.”

Os acionistas atuais da companhia incluem o Alibaba Entrepreneurs Fund, que entrou no negócio em abril de 2021 em um seed de valor não divulgado. Um ano depois, a Tiger Global passou a integrar o time ao liderar um aporte de US$ 8 milhões na operação. A rodada de Série A contou com a participação de duas gestoras de Hong Kong: AEF Greater Bay Area Fund e Transcend Capital.