A brasileira Meta, que briga na Justiça com a dona do Facebook por conta do uso da marca no Brasil, está criando uma joint venture com a startup DataH, que nasceu no Brasil, mas tem sede em Toronto, no Canadá, para desenvolver soluções de inteligência artificial para clientes globais.

Pelo acordo, a Meta, que é do Rio Grande do Sul, atua com transformação digital e tem mais de 30 anos de vida, ficará com 51% da nova empresa, que foi batizada de MetaDataH e atuará no Brasil, EUA e Canadá.

“Percebemos que todo mundo quer utilizar IA, mas muitas companhias não sabem por onde começar. Pensando nesse mercado, com a joint venture, nós conseguiremos atender às demandas dessas empresas tanto na América do Norte quanto no Brasil”, afirma Marcos Machado, diretor de negócios internacionais da Meta, ao NeoFeed.

A Meta, que está presente em oito países e tem um faturamento estimado na casa de R$ 1 bilhão, quer atingir uma receita de R$ 150 milhões nos próximos três anos com essa joint venture, o que dobraria a participação da Meta na América do Norte no faturamento total da empresa.

As duas empresas se aproximaram quando trabalharam em conjunto em um projeto que contou com a implementação de um modelo de IA preditivo para aumentar a precisão do planejamento da produção de sucos de uma gigante global do ramo de bebidas dos Estados Unidos. Ao perceberem que tinha áreas de atuação complementares, resolveram se unir.

Cláudio Carrara, vice-presidente da Meta e Evandro Barros, fundador e CEO da DataH
Cláudio Carrara, vice-presidente da Meta e Evandro Barros, fundador e CEO da DataH

Na visão de Evandro Barros, fundador e CEO da DataH, as empresas ainda estão muito longe de conseguir aproveitar o potencial da IA. "Há uma carência no mercado de empresas que dominem a IA e sua integração com soluções já existentes no mercado”, diz Barros.

Com isso, o objetivo é aumentar a adoção da inteligência artificial pelas empresas do portfólio das duas companhias, que incluem nomes como iFood, Votorantim, Netflix e Salesforce.

Para atingir esse objetivo, os executivos acreditam que é preciso passar por uma fase de educação, que serve para auxiliar as lideranças a entender como a tecnologia funciona e quais são os meios de utilizar a IA dentro de sua empresa.

A joint venture, por exemplo, também oferecerá letramento para lideranças sobre o tema. Atualmente, a DataH já treinou 5 mil especialistas em inteligência artificial e formou 500 executivos de alto escalão e tem parcerias com as maiores universidades do Canadá, assim como com Nvidia, IBM, Google, Microsoft e AWS.

“Nós acreditamos que a onda da IA vai ser muito forte e estamos animados em poder aproveitar esse momento para auxiliar as empresas na sua transformação digital, para que elas possam se beneficiar dessa mudança estrutural do mercado”, diz Cláudio Carrara, vice-presidente da Meta.