O Nubank está fazendo duas novas rodadas de investimento em startups através de seu fundo Semente Preta, que está destinando até R$ 1 milhão para empresas brasileiras fundadas por pessoas negras.
Uma delas é a AkinTec, um “banco digital” fundado por Leandro Dias. Ele tem foco no pequeno empreendedor e que busca oferecer serviços como pagamento de contas e saques. A empresa atua com clientes da classe C, D e E e utiliza inteligência artificial para reduzir a inadimplência.
A outra startup que está recebendo capital do Nubank é a Toti Diversidade, uma plataforma de ensino e inclusão que prepara refugiados em diversas áreas da programação, conforme as demandas específicas das empresas. O fundador é Caio Rodrigues.
Esse é o quinto investimento do Nubank em startups fundadas por negros. Em junho de 2021, o banco digital anunciou os seus três primeiros aportes, cujos valores não foram revelados.
As escolhidas foram a TeamHub, uma startup da área de recursos humanos e de gestão de cultura organizacional fundada por Tatiana Santarelli; a {Parças}, comandada por Alan Almeida, que busca formar desenvolvedores nas periferias e favelas; e a OnlineOS, startup de Isaque Cruz, que oferece um sistema de gestão e ordens de serviço para empresas.
Para escolher as empresas, o Nubank considera aspectos como pluralidade geográfica, times com diversidade de gênero, étnico-racial e demais grupos sub-representados. Além disso, a companhia escolhe empresas com base tecnológica que já tenham validado seu produto mínimo viável (MVP).
Além do aporte financeiro, as startups participam de um programa de desenvolvimento, que visa a dar suporte ao crescimento dos negócios, bem como os executivos do Nubank fornecem sessões de mentorias às startups que fazem parte do programa de aceleração.
O fundo Semente Preta foi criado em março do ano passado. Ele foi uma resposta do banco digital a uma entrevista de Cristina Junqueira, uma das fundadoras do Nubank, ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em outubro de 2020.
Na ocasião, a empreendedora disse tinha dificuldade de contratar executivos negros para posições de liderança por falta dos requisitos técnicos que julgava necessários, como habilidade para análise de dados e fluência em inglês.
Quando questionada se as exigências não seriam uma barreira, Cristina respondeu que o Nubank “não pode nivelar por baixo”. A declaração provocou uma onda de críticas nas redes sociais, levando a fundadora do Nubank a fazer um pedido de público de desculpas poucos dias depois.
Desde então, o banco vem anunciando medidas de promoção da diversidade. Entre elas, a criação do fundo Semente Preta, para investir em startups fundadas por negros, e a contratação de uma consultora para diversidade e inclusão.
Com o capital aberto na Nasdaq, o Nubank, que tem mais de 48 milhões de clientes, vale US$ 35,8 bilhões. Desde o IPO em dezembro do ano passado, os papéis da empresa já se desvalorizaram quase 14%.