Com o objetivo de se enquadrar às normas do Banco Central (BC) em relação a capital mínimo e expandir suas operações, o Braza, grupo que atua com soluções financeiras globais para pagamentos e transferências internacionais, realizou um aumento de capital de R$ 50 milhões.

O aporte, que recebeu a aprovação da autoridade monetária, foi liderado por Marcelo Sacomori, fundador do grupo, e foi acompanhado por outros acionistas da companhia. O percentual aportado pelos sócios não foi revelado e a operação não contou com acionistas externos.

“Estamos recompondo e colocando mais capital para levar a empresa para o próximo patamar", diz Heber Cardoso, CEO do grupo Braza, ao NeoFeed, que chegou em outubro ao grupo para liderar um processo de integração.

Fundado em 2007 na Inglaterra por Sacomori, o grupo Braza é uma holding e está em processo final de consolidação de diversas companhias que possui, faltando a aprovação do BC para trazer todas elas para debaixo dessa estrutura.

Integram o grupo o Braza UK (instituição de pagamentos sediada na Europa), o Braza PT (filial em Portugal), o Braza Tech (empresa de tecnologia) e o CloudBreak (conta global multimoedas). Desde 2013, é autorizado a oferecer pagamentos cambiais e internacionais aos seus clientes B2B e B2C.

Segundo Cardoso, do capital aportado pelos sócios, R$ 42 milhões serão destinados ao Braza Bank (ex-MS Bank), elevando o capital social da companhia para R$ 62 milhões. Outros R$ 4 milhões vão para a empresa de tecnologia do grupo e R$ 4 milhões para a subsidiária que fica no Reino Unido.

O motivo do Braza Bank receber mais capital é simples. O banco de câmbio e principal nome do grupo acabou não tendo o mínimo exigido para o Índice de Basileia, referência de quanto capital os bancos têm que manter em relação aos seus ativos.

Os resultados de 2022 apontam que o índice do Braza Bank estava em 9,71%, enquanto o percentual mínimo era de 10,5%. Segundo Cardoso, o motivo foi o fato de os investimentos estarem sendo financiados com capital próprio. Ele não informou para quanto o Índice de Basileia pode ir com essa injeção de recursos.

"Saímos de 35 para 207 pessoas, então os investimentos que fizemos tem um tempo de maturidade antes de remunerar as despesas", afirma. "Viemos 'comendo' a Basileia por conta das despesas"

Em abril deste ano, o Braza Bank apareceu em 23º lugar no ranking do BC de transações cambiais, considerando todos os bancos, e em primeiro quando se leva em conta apenas operadoras cambiais, com US$ 2,4 bilhões transacionados no mês.

No acumulado do ano até abril, o volume transacionado pelo Braza Bank alcançou US$ 8 bilhões, considerando todos os serviços, segundo Cardoso. Em 2022, este valor totalizou cerca de US$ 20 bilhões. “Considerando que chegamos em abril com US$ 8 bilhões, acho que chegamos facilmente em US$ 30 bilhões neste ano”, afirma o CEO.

Novos produtos

Com o aumento de capital concluído, o plano do Braza é avançar com o processo de expansão, investindo em novos produtos. O Braza lançou algo semelhante a um Pix internacional em agosto do ano passado, o chamado Braza Checkout, que segundo Cardoso registra uma taxa de crescimento de 20% ao mês.

A empresa também está lançando uma nova carteira multimoedas, com o CEO destacando que é um dos produtos que o Braza vem se dedicando nos últimos meses.

A expectativa é fortalecer a posição do Braza no mercado de câmbio, que vê uma profusão de nomes, como Ebury, que conta com o apoio do Santander e está ampliando sua atuação no Brasil, e Remessa Online, do Ebanx.