A Zig (antiga ZigPay) está ampliando o seu negócio para ir além dos cartões de consumação utilizados em baladas, shows e festivais. A startup investida por Edgard e Diogo Corona, da rede de academia SmartFit; e por Ricardo Goldfarb, da família que controla a Marisa, entra agora no setor de venda de ingressos com a compra da da plataforma Superticket, em uma operação de troca de ações.
A Zig ficará com 100% de participação da Superticket, adquirida de ex-sócios da companhia, que realizaram o desinvestimento, e com os sócios atuais Plinio Escopelle e Leonardo Moreira Gomes, por meio de uma troca de ações.
“Havia uma demanda para a criação de uma solução 360 graus, que atendesse diversos pontos do negócio”, afirma Nérope Bulgarelli, CEO da Zig, em entrevista exclusiva ao NeoFeed. “Iniciamos este ano conversando com empresas de todos os tamanhos para uma aquisição.”
Fundada no Espírito Santo, a Superticket opera exclusivamente com eventos e shows de pequeno e médio porte, com capacidade de público entre 2 mil e 7 mil pessoas. No modelo de negócio, a companhia ganha dinheiro com o take rate de 12% dos ingressos vendidos (a taxa de conveniência cobrada dos consumidores). A startup já vendeu mais de 2 milhões de ingressos para 3 mil eventos.
Após o M&A, a Superticket foi rebatizada de Zig Tickets. Ao menos no curto prazo, a startup terá sua atenção focada em espetáculos menores. A Zig, por outro lado, já atende megaeventos como The Town, Rock in Rio e Lollapalooza com seu cartão de consumação.
A estratégia para focar em eventos menores se deve aos desafios de escalar o produto para uma demanda maior e por particularidades envolvendo grandes festivais. “Um evento grande tem muitas demandas específicas como integração da pulseira que é recebida em casa e a setorização de cada ambiente, por exemplo”, diz Bulgarelli.
A venda de ingressos fortalece o negócio que, até então, era voltado para os cartões de consumação utilizados em festivais e shows e em arenas esportivas, bares e restaurantes. Atualmente, são cerca de 6 mil clientes.
No ano passado, a startup transacionou R$ 2,5 bilhões em volume total de pagamentos. Uma parte desse volume entra como receita para a companhia, que também lucra com um serviço de consultoria voltado para produtores, que se apoia em dados de transações realizados nos cartões de consumo.
Em 2021, com a compra da NetPDV, outra startup de meios de pagamento cashless, a Zig iniciou um plano de internacionalização. Desde então, a empresa já realizou eventos em países como Holanda, Alemanha, México, Portugal, Estados Unidos, entre outros.
Por enquanto, cerca de 9% da receita deste ano, que não é revelada pela empresa, deve vir do exterior. A expectativa é de que, no ano que vem, a receita internacional ultrapasse os 20%.