Em setembro de 2008, quando estourou a crise financeira global, a hoje AZ Quest viu seus recursos sob gestão irem de R$ 3,5 bilhões a R$ 550 milhões. Foi um tombo que deixou marcas em Walter Maciel, CEO da AZ Quest, que estava havia dois anos na gestora.
“Já havíamos começado a diversificação de prateleira de produtos, mas não deu tempo”, diz Maciel, ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil.
O episódio foi o estopim para que Maciel tivesse certeza de que era preciso diversificar tanto os investidores que alocam recursos na AZ Quest, como as classes de ativos em que a gestora investe.
E serviu também para que ele criasse o que chama de os três pilares da AZ Quest. “Não depender de um cliente, não depender de um produto e não depender de uma pessoa”, afirma Maciel.
Tanto tempo depois da crise financeira global – e muitas outras crises, em especial no Brasil – a AZ Quest chegou a R$ 24 bilhões sob gestão, crescendo em um momento que toda a indústria de gestão de recursos enfrenta dificuldades para captar.
O segredo foi justamente a diversificação. Hoje, a AZ Quest atua em diversas classes de ativos, de estratégias macro e renda fixa, passando por renda variável, crédito privado e sistemáticos.
Mas tem uma dessas classes de ativos que se tornou a “menina dos olhos” de Maciel: é a de ativos alternativos, que saiu do zero em dezembro de 2022 e, um ano depois, chegou a R$ 2,5 bilhões, 10% dos ativos sob gestão da AZ Quest.
E a ambição de Maciel, nessa área, é enorme. “Em quatro anos, quero que seja 50% do nosso patrimônio”, afirma o CEO Da AZ Quest.
Para atingir essa meta, a AZ Quest vai reforçar sua estratégia em três áreas: infraestrutura, agronegócio e real estate. No ano passado, foram cinco fundos alternativos. Em 2024, novos fundos devem ser lançados nesses três setores.
Nesta entrevista, que você assiste no vídeo acima, Maciel conta a história da AZ Quest, que é sócia da Azimut desde 2015 e da XP desde 2021, e fala também sobre a perspectiva que enxerga para a economia brasileira.
“Esse é o ano da prova do pudim”, diz Maciel. “Esse é ano que vamos descobrir se vamos realmente decolar e entrar em velocidade de cruzeiro, ou se o fiscal vai bagunçar o nosso caminho, porque ainda é nosso calcanhar de Aquiles.”