A Valora deu o pontapé inicial a sua estratégia de tijolo ao captar R$ 335,2 milhões para o fundo imobiliário VGRI11, que vai ser usado pela gestora nessa sua nova estratégia.

Os recursos vão ser utilizados para pagar os cinco prédios comprados de um fundo do BTG Pactual, no ano passado, e para concluir a aquisição de um imóvel no Leblon, cujo memorando de entendimento já foi assinado e o anúncio deve ser feito em breve.

“É outra avenida de crescimento”, diz Daniel Pegorini, fundador e CEO da Valora, em entrevista ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil. “Estamos começando agora a partir de um conjunto de lajes corporativas de quase R$ 800 milhões.”

A Valora já tem aproximadamente R$ 5 bilhões em negócios imobiliários. Mas quase a totalidade desses ativos são de créditos imobiliários (CRIs) que a gestora estrutura. Ela tem também quase R$ 400 milhões em tijolos – shopping, galpão e prédio de escritório – de fundos imobiliários que herdou da Mogno Capital, comprada no ano passado.

O VGRI11, no entanto, vai ser o carro-chefe da Valora na área de tijolo e nasce com cinco ativos. Entre eles estão o Edifício Cidade Jardim, em São Paulo, que tem como locatários o Pátria e o Banco ABC; o Brazilian Financial Center, que fica na Avenida Paulista; e os edifícios Burity, Transatlântico e Volkswagen, que tem como locatários Banco Pan, General Motors e Volkswagen.

O prédio que a Valora está comprando no Leblon, segundo apurou o NeoFeed, conta também com um único inquilino e não precisará de um retrofit. Todos os ativos do fundo já geram receitas e a perspectiva da Valora é de um dividend yield de 13% no primeiro ano do VGRI11.

Para sua estratégia de tijolo, além da captação pública, a Valora também estruturou um CRI (que levantou aproximadamente R$ 330 milhões) e fez um seller finance com os vendedores dos ativos imobiliários.

A estratégia de tijolo da Valora começa com lajes corporativas, mas a ideia é ser agnóstico de setores, podendo investir em diversas estratégias, conforme o momento de mercado.

“Acreditamos que, nesse momento, a parte de lajes corporativas é a que está mais atrasada em recuperação em relação a shopping centers e galpões”, diz Pegorini. “Estamos começando por uma área que, na nossa percepção, tem ainda um caminho para ser percorrido para crescer de maneira mais rápida.”

Outra área que deve ganhar impulso na Valora é a de infraestrutura, em que a gestora conta com pouco mais de R$ 700 milhões sob gestão. Criada há dois anos, Pegorini vê esse espaço como uma grande avenida de crescimento nos próximos anos.

“Há dois anos, era zero. Hoje, são mais de R$ 700 milhões”, afirma Pegorini. “Infraestrutura, ao longo dos anos, pode ser a nossa maior área de negócios, porque os limites de investimentos são muito largos e o mercado é muito amplo.”

Nesta entrevista, que você assiste no vídeo acima, Pegorini também fala da perspectiva do mercado de crédito estruturado em 2024 (que começou sem os sobressaltos do ano passado com os eventos Americanas e Light) e dá mais informações sobre as outras áreas da Valora. Ele diz também que está saindo de private equity e explica as razões.