Depois de avançar no interior de São Paulo para rivalizar com a Raia Drogasil, o Grupo DPSP, dono das bandeiras Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo, prepara a expansão em outras regiões.

O plano é abrir entre 400 e 500 novas unidades nos próximos três anos, com foco no Nordeste e no Centro-Oeste, além de reforçar o modelo de hubs de saúde e investir em exames com tecnologia de inteligência artificial.

Em entrevista ao Call de Negócios, programa do NeoFeed, o CEO Marcos Colares revelou que mercados como Pernambuco, Bahia e Mato Grosso estão no radar da rede para ampliar capilaridade e enfrentar concorrência local.

O investimento em cada loja será entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, e a abertura de unidades representa cerca de 60% do capex anual - um desembolso que ficará entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão.

“O investimento é porque a gente sabe que o mercado farmacêutico é um mercado de proximidade. E eu preciso estar próximo do nosso cliente para atender ele melhor e gerar uma experiência melhor”, afirma Colares.

Além da expansão, o grupo pretende reformar de 100 a 170 farmácias por ano, em um esforço para modernizar todo o parque de lojas nos próximos dez anos.

Enquanto parte da concorrência amplia o sortimento para se aproximar de um modelo de conveniência, o DPSP aposta em consolidar-se como hub de saúde.

Hoje, a rede já conta com mais de 1,2 mil unidades oferecendo serviços de saúde e 360 aplicando vacinas. Nos últimos meses, inaugurou duas lojas com todos os serviços autorizados pela Anvisa – uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo – desenhadas para funcionar como porta de entrada para a atenção primária. Esse modelo deve ser expandido para outros estados.

A inovação também passa por disponibilizar exames mais tecnológicos. Neste mês, a companhia lança uma solução que usa inteligência artificial e infravermelho para gerar laudos de mama sem radiação, em um processo complementar à mamografia tradicional. Trata-se de uma parceria com a startup canadense-brasileira LINDA.

“Não substitui o exame médico, mas aumenta o acesso e ajuda no rastreamento do câncer de mama”, diz o executivo.

No campo da beleza e do bem-estar, o grupo incorporou o Skin Analyzer, ferramenta usada pelas consultoras para avaliar hidratação e envelhecimento da pele. A expectativa é que a novidade ajude a ampliar vendas de dermocosméticos e reforce a percepção de cuidado integral.

O grupo também está de olho no crescimento através do canal digital. Desde a pandemia, a participação das vendas online saltou de 2% para 25% da receita. Hoje, 89% das lojas entregam em até duas horas e todas permitem retirada em até uma hora para pedidos feitos pelo aplicativo ou site.

A logística se prepara para acompanhar esse ritmo. O DPSP inaugura até o fim do ano um novo centro de distribuição em Nova Odessa (SP) e planeja abrir outro em até três anos, também em São Paulo.

Depois, de acordo com o CEO, o plano é instalar mais dois CDs fora do Sudeste, acompanhando a expansão geográfica da rede. A proximidade com as lojas pode reduzir em até dois terços o custo do frete.

Com esse tripé (expansão regional, hubs de saúde e tecnologia), o Grupo DPSP projeta acelerar o crescimento nos próximos anos. “Queremos ser a primeira opção do cliente quando ele pensar em saúde, seja no físico ou no digital”, diz Colares.