A indústria de ETFs (exchange-traded fund) no Brasil cresceu muito nos últimos anos. O número de investidores foi multiplicado por 12 e passou de 600 mil. E o total sob gestão quadruplicou e atingiu mais de R$ 45 bilhões.
Os ETFs, no entanto, ainda representam apenas 0,5% do mercado brasileiro de fundos, enquanto nos Estados Unidos eles têm uma fatia de mais de 20% do mercado.
Mas, na avaliação de Karina Saade, presidente da BlackRock no Brasil, e Renato Eid, líder de estratégia beta e integração ESG da Itaú Asset, os ETFs devem alcançar cerca de 10% do mercado no longo prazo, podendo passar de R$ 1 trilhão sob gestão.
O desenvolvimento da indústria de advisors, como aconteceu nos Estados Unidos, deverá ser um grande catalizador do crescimento.
Cada vez mais, os investidores institucionais estão utilizando o produto como um instrumento de portfólio management em estratégias ativas de alocação.
“Eu não gosto do nome ‘investimento passivo’ porque parece que é algo moroso, quando na verdade é um instrumento de muita liquidez que permite realizar diversas estratégias”, afirma Eid, da Itaú Asset, no programa Wealth Point, do NeoFeed.
A aposta dos especialistas ouvidos pelo Wealth Point é que os principais segmentos de crescimento sejam de ETFs internacionais e de renda fixa
“Os ETFs internacionais têm diversas vantagens tributárias e devem crescer à medida que o Brasil se globaliza nos investimentos”, diz Saade, da BlackRock no Brasil.
Para ela, o crescimento de ETFs de renda fixa é uma tendência global que também acontecerá no Brasil. "Nos Estados Unidos, eles já provaram que têm mais liquidez do que os próprios títulos públicos.”