Nos últimos anos, o investidor  brasileiro aprendeu sobre a diversificação global e necessidade de ter uma conta offshore. A insegurança com os rumos da economia brasileira é uma alavanca, mas a evolução tecnológica quebrou barreiras para facilitar o acesso a outros mercados.

Hoje, há diversas empresas brasileiras que oferecem uma conta corrente internacional nos Estados Unidos e uma plataforma de investimentos global a poucos cliques.

“Em momentos de incerteza política, os investidores procuram mais [ativos no exterior]. Mas também houve uma mudança estruturante com a desburocratização para enviar remessas para fora e aproveitar essa possibilidade de diversificação. Esse é um caminho sem volta”, afirma Virginia Benetti, diretora de produtos e private da SVN Investimentos, ao Wealth Point, programa do NeoFeed que tem o apoio do Banco Master.

Mas tem um fator que acaba atrapalhando o envio de capital para o exterior: o câmbio. O real se desvalorizou mais de 15,25% no primeiro semestre. E a divisa chegou perto de R$ 5,80. Com isso, os investidores se questionam se não estariam convertendo seu capital no pior momento.

Para Katia Alecrim, sócia fundadora da Davos Investimentos, quem investe no longo prazo deveria fazer remessas aos poucos para ter o câmbio médio do período. Até porque nunca se sabe se câmbio subirá ou cairá.

“É preciso entender que você não está convertendo em dólar apenas para ter dólar, mas para aproveitar oportunidades de investimento lá fora, que hoje são muito atrativas, tanto na renda fixa como na renda variável. Então, tentamos mostrar para o cliente que se ele tem a ideia de manter um patrimônio lá fora é para ir mandando [dinheiro] e se programando”, afirma Alecrim.

Com esse movimento, as assessorias de investimento precisaram investir para atender melhor internacionalmente diferentes tipos de clientes. Para as grandes fortunas e multimilionários, há a estrutura de wealth management, em que a alocação se faz por meio de gestão, sendo possível ter um fundo exclusivo no exterior.

Mas também existem estruturas diretas nos EUA em parceria com a XP, como tem a Davos, ou com um RIA (Register Investment advisor), como tem a SVN. Além, é claro, da possibilidade de começar esse portfólio internacional com US$ 100 com uma conta global na XP ou em outra plataforma.

Tanto a Davos como a SVN recomendam ter, em média, cerca de 20% do patrimônio no exterior, dependendo de cada caso e necessidade. Mas hoje a alocação offshore média para quem não tem grandes fortunas não chega a 10%. O que mostra uma grande oportunidade.

“Enxergamos um oceano azul, principalmente no varejo. Os clientes grandes já acessam esse mercado há mais tempo e estão mais maduros, agora é a vez dos demais. Mas, para isso, é necessário educação financeira. É o nosso papel fomentar isso”, afirma Benetti.