A cidade de Goiânia foi o local escolhido para a abertura da primeira franquia do Enjoei, no começo de abril deste ano. Nos próximos meses, a plataforma de marketplace de produtos de segunda mão passará a estar cada vez mais próxima do consumidor, com mais lojas no mundo físico.
“Essa é uma parte estratégica muito importante no negócio. Quero ver a marca do Enjoei espalhada pelo Brasil afora”, diz Tiê Lima, CEO e diretor de relações com investidores do Enjoei ao programa Números Falam, do NeoFeed.
Em 12 meses, a projeção é ter 30 lojas vendidas a franqueados, sendo 15 em operação. Dessas lojas abertas, a projeção é que cinco devam estar em funcionamento há mais de seis meses - um período que permite ao investidor enxergar a proxy desse negócio.
“Tenho mais ou menos mil vendedores da plataforma que faturam em torno de R$ 150 mil ao ano. Para mim, esse é o ponto final da plataforma e o início dos franqueados”, afirma Lima.
Outros números ajudam também a “empurrar” o Enjoei do digital para o mundo real. Com três lojas em operação, a companhia já mapeou que 70% dos frequentadores são novos clientes e nunca haviam realizado uma transação com a marca. Desses, 20% se tornaram clientes.
Além disso, os 30% de consumidores que já tinham realizado pelo menos uma compra no marketplace gastaram mais na loja física.
“Quando consolidamos a loja e a plataforma, esse cliente [que comprou nos dois] consome 2,5 vezes mais. Isso aumenta a receita que tenho ao longo do tempo com o usuário e diminui o meu custo de aquisição”, diz o CEO. “Algumas centenas de lojas mudam a dinâmica do marketplace como um todo. Essa é a importância.”
Em paralelo a esse movimento de expansão física da marca Enjoei, a gestão da companhia vai trabalhar para entregar a lição de casa financeira e operacional neste ano.
No balanço de 2024 (o mais recente divulgado pela companhia), o Enjoei apresentou um Ebitda ajustado de R$ 14,9 milhões no ano, mas teve uma queima de R$ 62,9 milhões de caixa. O prejuízo operacional antes do resultado financeiro foi de R$ 5,2 milhões.
“O nosso dever é fazer a lição de casa. Neste ano, queremos margem Ebitda, fluxo de caixa e breakeven não só operacional como de contribuição positiva de caixa”, diz Lima.
A ação ENJU3, do Enjoei, acumula alta de 6,42% no ano, até 22 de abril, mas queda de 39,9% em 12 meses. O valor de mercado da companhia é de R$ 237,8 milhões.