A Acqua-Vero reestruturou a empresa entre 2022 e 2023 para criar novas frentes de negócio e diminuir a sua dependência da plataforma de investimentos. Agora, a assessoria de investimentos que tem o BTG Pactual como sócio colhe os lucros e acredita que pode estar na ponta consolidadora do mercado.
O caminho, porém, foi sinuoso. Fruto de uma das maiores fusões do mercado de assessoria de investimentos, da Acqua com a Vero, em 2020, a empresa decidiu migrar da XP e para o BTG em 2021.
Essa passagem fez a Acqua-Vero passar de R$ 8,5 bilhões sob custódia para zero. Em movimentações como essa, o cliente precisa fazer a migração. Por isso, o foco da assessoria naquele momento foi ajudar os clientes a cumprirem com as burocracias para concluir a mudança.
A partir desse momento, a empresa percebeu que precisava aumentar o seu portfólio de produtos e foi criando novas verticais, como câmbio, seguros e, mais recentemente, uma área de investment banking e um family office, que já atingiu R$ 600 milhões sob gestão.
No ano passado, absorveu uma asset especializada em ativos imobiliários. Com isso, hoje cerca de 30% da receita da Acqua-Vero vem desses outros serviços.
“Desde o início queríamos ser uma empresa de serviços financeiros completa, e agora conquistamos isso. E isso é muito importante tanto para atender todas as demandas de nossos clientes como para diversificar nossas receitas”, diz Eduardo Akira, CEO da Acqua-Vero, em entrevista ao Wealth Point, do NeoFeed.
Desde 2023, a empresa de investimentos tem sido superavitária. Expansões ainda estão no pipeline, mas a Acqua-Vero está mais criteriosa para crescer. Hoje, com cerca de R$ 8 bilhões de custódia, a empresa está mais focada em dar resultado - ao contrário do que aconteceu com grande parte da indústria nos últimos anos, que investiu sem medir esforços para crescer.
Para Akira, isso representa uma oportunidade de consolidação. Além do crescimento orgânico, a empresa tem estudado aquisições. “Acredito que esse mercado vai se consolidar com amadurecimento, como vemos acontecer nos EUA. É preciso dar uma estrutura para o cliente e é preciso gerar caixa para fazer investimentos para dar isso. Não tem espaço para ter 800 escritórios.”
Quanto ao deal que fez com o BTG para se tornar corretora, a empresa diz que o plano continua, mas sem pressa. A nova regulação resolveu esse problema. “Entendemos que para ser corretora é preciso ser grande e ser uma forte geradora de caixa para arcar com os investimentos necessários. Não é a hora agora”, diz Akira.