A vida financeira do brasileiro ganhou endereço no exterior. Nesse movimento de internacionalização, o serviço bancário passou a ser tão determinante quanto a carteira de investimentos para manter o cliente dentro de casa.
É nesse cenário que o BB Americas Bank, subsidiária do Banco do Brasil, e a Galapagos Advisory, uma afiliada da Galapagos Capital, assinaram uma parceria estratégica para ampliar a oferta de serviços bancários a clientes no mercado norte-americano.
No primeiro modelo white label do BB Americas, o banco passa a oferecer aos clientes da Galapagos abertura de conta corrente, cartão de crédito internacional com marca conjunta das casas, crédito pessoal, financiamento imobiliário e outros produtos do portfólio com atendimento trilíngue - português, inglês e espanhol - , além de uma plataforma digital exclusiva.
Com sede em Miami e presença consolidada na Flórida, o BB Americas administra US$ 3,2 bilhões em ativos e atende cerca de 70 mil clientes no modelo full banking, podendo dar acesso a diversos serviços bancários.
Com a parcecia, o banco passa a ter um canal de distribuição diferenciado com os 50 mil clientes da Galápagos, entre os do wealth management tradicional e o Galaticos Capital, que atende atletas de alto rendimento.
“Com essa parceria, poderemos atender uma base de clientes altamente qualificada, oferecendo a melhor solução de banking nos EUA para brasileiros e latino-americanos”, afirma Mario Fujii, CEO do BB Americas Bank.
Pelo lado da Galapagos, que soma mais de R$ 30 bilhões sob gestão e já opera em Miami e Genebra com uma plataforma multicustódia, a associação é uma forma de assegurar um bom atendimento aos clientes e mantê-los dentro de casa.
Se construir carteiras internacionais ficou mais simples nos últimos anos, o “ponto de atrito” migrou para o lado do operacional bancário.
A abertura de contas para não-residentes, a emissão de cartão de crédito (cada vez mais restrita para quem não tem endereço local) com a Visa, o acesso ao zelle (pix americano) e a pagamentos recorrentes (aluguel, utilities, escola dos filhos...) tornaram-se peças de atração para a custódia dos clientes.
“Nosso cliente tem demandado mais que investimentos, como serviços que simplifiquem a sua vida no exterior, seja ele residente ou não residente dos EUA”, diz Bruno Carvalho, sócio responsável pela área internacional da Galapagos.
A coincidência de “idioma financeiro” também pesa. Como subsidiária do Banco do Brasil, o BB Americas consegue reconhecer histórico e documentação de clientes que já se relacionam com o grupo no Brasil e tem acesso a cadastros nacionais de outros, como score serasa, encurtando jornadas de onboarding e reduzindo atritos típicos para recém-chegados — sem abrir mão dos requisitos regulatórios dos Estados Unidos.
“Um grande cliente private chega aos EUA sem conseguir abrir uma conta porque não tem histórico. Com o BB, nossos clientes empresários que venham a fazer negócios ou que queiram morar no país garantem que serão atendidos da mesma forma exclusiva que são aqui no Brasil”, afirma Carvalho.
O acordo nasce a partir da base brasileira, mas mira outros clientes latinos e de outras praças globais onde a Galapagos já opera. Entra nesse projeto as expansões - a gestora estuda ir para os Emirados Árabes.
No BB Americas, a agenda combina o core de varejo e private na Flórida com a carteira de crédito imobiliário que sustenta a demanda de segunda residência e de projetos de clientes brasileiros e latinos.
O arranjo com a Galapagos é o primeiro modelo white label do BB Americas. Na prática, o cliente recebe experiência e marca Galapagos na ponta — aplicativo e plataforma, cartão e atendimento dedicado — com infraestrutura bancária, compliance e produtos do BB Americas.
Segundo Fujii, a arquitetura foi concebida como template para novas parcerias, com espaço para replicação junto a outros distribuidores e wealth managers que atendem a diáspora brasileira e latino-americana.
“Criamos essa estrutura primeiro para nossos clientes, e essa é a primeira vez que estamos trabalhando no modelo white label para uma parceria. Não vão vamos parar por aí. Há grande potencial de crescimento com a internacionalização dos brasileiros ”, complementa o CEO do BB Americas Bank.