A Legacy Capital, gestora com cerca de R$ 27 bilhões sob gestão, quer expandir seu portfólio atual de 5% em investidores institucionais para 20% a 30% nos próximos cinco anos. Para isso, fechou um acordo exclusivo de distribuição para este segmento com a HMC Capital, um Third Party Distribution.

Estão na mira da gestora Fundos de Pensão (EFPC), seguradoras e RPPS, mercados que somados têm cerca de R$ 2 trilhões. Segundo José Eduardo Araujo, fundador da Legacy Capital, este público sempre foi um alvo da gestora, fundada há seis anos, mas antes era preciso conquistar track record e fortalecer a grade de produtos. Agora, a casa está pronta.

“Crescemos muito rápido, mas grande parte do nosso passivo está em bancos e plataformas. Acreditamos que é o momento de diversificar e chegar ao institucional”, diz Araujo, ao NeoFeed.

O fundo multimercado flagship da casa, que teve desde o seu início em junho de 2018 até dezembro de 2023 um retorno acumulado de 179% do CDI, está entre as principais apostas para o público institucional, assim como o fundo renda fixa ativo. Mas novos produtos podem ser lançados sob demanda deste mercado que, no momento, é mais avesso ao risco.

“Acreditamos que o fundo multimercado da Legacy é diferenciado, mas estamos estudando outras estratégias mais focadas nas necessidades desse cliente, que precisa ter um risco menor no portfolio”, afirmou Vinicius Lima, head de vendas para institucionais da HMC Capital.

E não será fácil vender risco para as fundações, pelo menos por agora. Em 2023, 88% das entidades fechadas de previdência complementar conseguiram fechar acima de suas metas atuariais. Elas conseguiram esse resultado com uma alocação média de 87% em renda fixa. E, com os juros ainda altos, muitas fundações não acreditam que é o momento de mudar a estratégia que está ganhando.

Na visão da Legacy e da HMC, o ciclo irá virar no segundo semestre. E é preciso estar preparado. “A taxa de juros está começando a cair, e este é o momento de se posicionar. Vamos começar o trabalho agora mostrando nossas estratégias e estar próximos para quando o mercado mudar, que acreditamos que poderá ser ainda este ano. Mas estamos mirando os próximos cinco anos”, afirma Araujo.

A Legacy é a oitava gestora local da HMC Capital, que atua também com Vinland e Lightrock. Após a cisão com a Itajubá, a gestora ficou com o portfólio internacional e começou a reconstruir a relação com players locais no ano passado.

Hoje, a companhia possui US$ 14 bilhões em ativos distribuídos e sob gestão. Até o fim deste ano, a empresa quer ter 14 gestoras locais em seu portfólio.