A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica, com cerca de R$ 105 bilhões sob gestão, superou a sua meta atuarial em 2023 (4,5% + INPC) e obteve um resultado consolidado de 12,46% no ano, obtendo ganhos de R$ 11,7 bilhões, 21% maior que no ano anterior e o maior já registrado.
Os resultados dos planos geraram um superávit consolidado de R$ 701,1 milhões, sendo seu melhor resultado em quatro anos. Assim, o plano REG/Replan Não Saldado terminou o Plano de Equacionamento de Déficit (com desconto no salário dos participantes) neste semestre e apenas o plano REG/Replan na modalidade Saldado segue com déficit, deixando a fundação mais perto do azul.
Os planos de contribuição definida (CD) foram os que tiveram as melhores performances em 2023. O Novo Plano CD atingiu 14,03% e o REB CD 14,31%. Já os planos benefício definido (BD) apresentaram os seguintes resultados: Novo Plano BD 11,38%; REB BD, 10,36; REG/Replan Saldado, 11,79%; e o REG/Replan, 12%.
O resultado foi alcançado dando sequência a estratégia de imunização do passivo dos planos BD, comprando ativos de renda Fixa, em especial os títulos públicos federais com taxas próximas a 6% + IPCA e ativos de crédito privado, obteve-se um retorno médio entre os planos de 12%. E redução de exposição a renda variável, que conseguiu retornos superiores a 16% entre os planos.
“Temos exercido uma gestão ativa na carteira global de renda variável, na qual realizamos mais de R$ 5 bilhões em vendas líquidas em 2023, concentradas principalmente no último bimestre do ano, aproveitando o bom momento da bolsa de valores. O movimento teve como objetivo alocar esses recursos em renda fixa, com taxas acima da meta atuarial”, afirma Alenir Romanello, diretora de investimentos e participações societárias e imobiliárias, em entrevista ao NeoFeed.
Os imóveis também contribuíram nos ganhos auferidos no ano apresentando retorno superior a 11% entre ganho patrimonial e renda. Em 2023, a Funcef iniciou os investimentos no exterior após quatro anos de estudos, e conseguiu um retorno acima de 6% entre os planos.
Para o investimento internacional foi optado um formato de solução de investimento no exterior, onde foram selecionados quatro gestores para administrar portfólios multiativos.
Segundo a fundação, o investimento foi executado em tranches, sendo que a primeira delas foi realizada em julho de 2023. No total, foram aplicados R$ 1,2 bilhão, com exposição a setores como como saúde, tecnologia e inteligência artificial E a carteira já demonstra bom desempenho inicial, com os fundos apresentando rentabilidade acima das metas estabelecidas para a classe e acima da meta atuarial do período.
“Atualmente, a alocação representa cerca de 1,2% da carteira total da Funcef. O que equivale a cerca de 4% da alocação dos Planos CD, já que os Planos BD, devido principalmente ao seu grau de maturidade e necessidade de liquidez, não possuem exposição a investimentos no exterior. E no momento estamos confortáveis com esse tamanho de exposição”, disse Romanello.
Com essas movimentações, a carteira de investimentos da fundação está majoritariamente em renda fixa, chegando a ter aproximadamente 95% nessa classe nos planos BD Novo Plano e REB.
Já os planos Saldado e Não Saldado, embora sejam planos BD, possuem portfólio mais diversificado, pois possuem como estratégia recuperar parte dos déficits com retorno dos investimentos. Dessa forma, possuem aproximadamente 20% do seu PL entre ativos de renda variável líquida, ilíquida e imóveis.
E, na visão da fundação, se esse portfólio mais conservador está ganhando, melhor manter. “As taxas de juros irão cair, mas não entendemos que isso deverá impactar de forma significativa a nossa gestão dos investimentos, dado que já temos taxa média elevada dos ativos em estoque. E acreditamos que a nossa exposição as outras classes estão bem-posicionadas para performar bem”, diz Romanello.