A gestora britânica abrdn, também conhecida como Aberdeen, com cerca de £ 500 bilhões sob gestão, acabou de selar um acordo com a distribuidora de fundos Capital Strategies Partners para aumentar a sua penetração no Brasil, de olho na retomada dos investimentos internacionais.

Presente em 30 países, a gigante britânica é reconhecida internacionalmente pela gestão de fundos globais e uma ampla gama de estratégias líquidas, desde renda fixa tradicional a alternativas, como hedge funds.

Atualmente, apenas três fundos estão disponíveis para investimentos no país. O Aberdeen Multi Asset Growth Advisory FIM IE, fundo multiativos com retorno de cerca de 8% em 12 meses, e dois BDRs de ETF, lançados no ano passado na B3: um de ouro e outro de prata, com retorno de cerca de 17% e 5%, respectivamente. Além disso, possui mandatos customizados com fundos de pensão.

O acordo de distribuição no Brasil tem como objetivo aumentar bastante essa oferta para explorar o potencial do mercado, e novos lançamentos estão previstos em breve.

“Esperamos ampliar nosso portfólio e lançar diversas soluções e fundos feeder localmente, com o objetivo de facilitar o acesso às melhores estratégias emblemáticas da abrdn no Brasil nos próximos meses", afirma Menno de Vreeze, head of business development for international wealth management da abrdn para o Brasil, em entrevista exclusiva para o NeoFeed.

A gestora, que está instalada em um escritório em São Paulo desde 2009, vem atendendo diferentes canais como fundos de fundos, family offices, bancos privados e fundos de pensão. Para Vreeze, o Brasil é um mercado chave da América Latina e que pode ter novamente um impulso para investimentos internacionais, e por isso, está investindo em ampliar a sua atuação aqui.

“Com os indicadores macroeconômicos sinalizando uma melhora consistente no panorama econômico, entendemos que o impulso para os investimentos internacionais é de fato muito atraente. E queremos fazer parte disso”.

Time abrdn
Time abrdn e Capital Strategies

Na visão da Capital Strategies, um third party distribuition com sede em Madrid e atuação global, o Brasil é um mercado que ainda está em amadurecimento, mas ainda assim oferece oportunidades para grandes gestoras internacionais crescerem.

“O Brasil ainda possui uma alocação internacional muito abaixo da média mundial. Os fundos de pensão, por exemplo, estão em média apenas 1% alocados no exterior. Isso mostra um mercado potencial, mas já é um mercado relevante pelo tamanho do país”, diz Leonardo Lombardi, relationship manager Brasil da Capital Strategies.

Lombardi afirma que a característica cíclica do mercado brasileiro abre janelas de investimento. Ele exemplifica com dois momentos. Se recentemente, a alta dos juros fez o mercado encolher, durante a pandemia o investidor entendeu a importância da diversificação.

"Agora, com a perspectiva de queda de juros, já estamos vendo a volta do interesse do investidor institucional no exterior”, diz ele.