A gestora de recursos VBI Real Estate, com cerca de R$ 10 bilhões sob gestão, concluiu a captação do follow on do FII VBI Prime Properties em cerca de R$ 545,7 milhões. O fundo tem como objetivo aquisições de edifícios corporativos AAA nas áreas ao redor da avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.

Com a nova injeção de recursos, o fundo passa a ter R$ 1,8 bilhão sob gestão, sendo um dos maiores focados na estratégia de lajes corporativas.

Segundo a gestora, que foi adquirida pelo Pátria em junho de 2022, a oferta foi ancorada por grandes investidores institucionais, como fundos de pensão e fundos de fundos, mas houve a participação de todos os perfis, incluindo o varejo por meio do exercício do direito de preferência. No total, foram 5.225 subscritores na oferta.

O valor captado será utilizado para aproveitar oportunidades de mercado. A expectativa é que os aluguéis, comprimidos desde a pandemia, tenham o valor corrigido em escritórios Triple A na principal região financeira de São Paulo nos próximos anos, o que impulsionará o valor dos ativos.

Duas aquisições já foram feitas recentemente na capital paulista: 36% (7.202 m²) do Edifício Vera Cruz II, na rua Elvira Ferraz, no Jardim Paulista; e 44% (6.015 m²) do edifício The One, na rua Ministro Jesuíno Cardoso, no Itaim Bibi. Os valores pagos foram de R$ 293,8 milhões e R$ 197,5 milhões, respectivamente. Outras estão em negociação.

A captação mostra o bom momento do mercado imobiliário, que está precificando uma retomada com a queda na taxa de juros e o aumento na procura por imóveis. Em 2023, foram 35 ofertas primárias totalizando R$ 11,8 bilhões.

Mas também sinaliza uma aposta no setor corporativo, pois nenhuma oferta no ano passado foi focada no segmento, considerado o mais descontado, mas ainda o mais arriscado do mercado.

Para Rodrigo Abbud, sócio fundador da VBI Real Estate, que tem o Pátria Investimentos como sócio, o momento é bom para a compra de ativos diferenciados e em regiões valorizadas para valorização no longo prazo, já que os preços ainda não estão completamente ajustados e o custo de construir um novo está bem alto.

“O custo de reposição de um edifício Triple A de escritórios subiu consideravelmente ao longo dos últimos 10 anos, o que não foi sentido pela redução da atividade construtiva no período", afirma Abbud.

"Agora, com a retomada da economia e a consequente retomada da demanda, teremos uma constatação de que para produzir um edifício com as mesmas características do nosso portfólio, custa basicamente o mesmo valor que temos pago em nossas aquisições”, complementa o sócio da gestora.