A Troon Capital, multi-family office (MFO) independente adquirido em março deste ano pela Blue3 Investimentos, um dos maiores escritórios da XP com R$ 25 bilhões sob custódia, cresceu 40% desde a fusão.
Com R$ 4 bilhões sob gestão, o objetivo é manter o ritmo acelerado para alcançar R$ 6 bilhões sob aconselhamento em 2024.
Com foco em atendimento a famílias que tenham acima de R$ 20 milhões de liquidez, a Troon foi criada em 2017 por João Ortiz e Daniel Hannun como uma consultoria de investimentos. Ao se tornar um MFO, a empresa adotou como modelo de negócios a cobrança de um fee pela gestão dos investimentos.
A Troon analisa a estrutura familiar dos clientes e faz o seu acompanhamento e a alocação de investimentos. A casa tem forte atuação em alocação offshore, com cerca da metade do portfólio dos seus clientes sendo gerido no exterior. O crescimento veio ao longo do tempo por indicação, mas perceberam que precisavam alçar voos mais altos.
Já a Blue3 decidiu ter MFO ao constatar que o assessor de investimentos capturava clientes grandes e sofisticados, mas não tinha o ferramental para atendê-los. O negócio ocorreu por meio de um modelo de transação em dinheiro e ações, com os fundadores da Troon entrando para o partnership da Blue3 Investimentos.
Em nove meses de operação, a decisão já se mostrou acertada e com grande potencial de crescimento e sinergia entre as operações.
“Conquistamos clientes que nem tinham conta com a gente, e os que tinham conta conosco hoje manejamos 10 vezes mais capital pelo Family Office”, afirma Thiago Nemezio, diretor da operação da Troon Capital, ao NeoFeed.
Os clientes são capturados nas 15 cidades que a Blue3 tem operação, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, e no Distrito Federal, com cerca de 250 assessores espalhados por eles, que indicam os clientes mais sofisticados para conhecer a estrutura.
O escritório do family office fica no Itaim Bibi, no prédio da Blue3, e conta com 28 pessoas. O objetivo é crescer 50% a equipe em 2024. E grande parte virá da própria rede de assessores da Blue3.
“Temos um aquário de profissionais para buscar aqui, muitos assessores do público private que procuram mudar de modelo para olhar o patrimônio do cliente como um todo”, diz Daniel Hannun, cofundador e CEO da Troon Capital.
O crescimento desse braço é estratégico para a Blue3, não somente por alcançar tíquetes mais elevados, mas para reter profissionais qualificados que querem atender esse público com receita recorrente com o modelo de fee fixo.
Hoje, 15% da empresa já está no modelo de fee, o que garante uma previsibilidade de receita. E, o modelo também está agradando os clientes, que cada vez mais buscam por esse tipo de solução, que agrega diversos serviços além dos investimentos, como planejamento, estratégia e gestão financeira global dos clientes, incluindo investimentos, controle de riscos, temas tributários, fiscais e sucessórios.
“O modelo de MFO ainda é pouco explorado. Muitas famílias, que poderiam ser atendidas pela Troon e pela Blue3, ainda estão nos grandes bancos. Com base nisso, temos uma grande oportunidade para atrair cada vez mais esse público”, afirma Nemezio.