Não durou nem uma semana: Sam Altman está de volta como CEO da OpenAI, após ser demitido pelo conselho da empresa na sexta-feira, 17 de novembro.
Não sem muito drama durante esses dias. Os investidores, como a Microsoft, reagiram e pressionaram por sua volta. Quase a totalidade dos mais de 700 funcionários ameaçaram pedir demissão. Agora, apesar da crise imediata ter sido resolvida, resta a dúvida das cicatrizes que o processo deixou.
Uma das lições desse episódio, que chegou a ser comparado com a demissão de Steve Jobs (1955-2011), da Apple, em 1985, (o detalhe é que Jobs demorou 12 anos para retornar à empresa que fundou), é que por trás da inteligência artificial é preciso uma "inteligência real".
A volta de Altman, que chegou a ser contratado pela Microsoft, à OpenAI, a organização por trás do boom da inteligência artificial e que desenvolveu o ChatGPT, foi anunciada através do X (antigo Twitter).
O novo conselho, ao menos provisoriamente, será comandado por Bret Taylor, co-CEO da Salesforce, e teria outros membros como o ex-secretário do Tesouro americana, Larry Summers, e o CEO da Quora, Adam D’Angelo, um dos quatro conselheiros por trás da demissão.
Greg Brockman, cofundador da Open AI, também anunciou o seu retorno a companhia, que ocorre alguns dias após ter renunciado ao cargo de presidente em resposta a demissão do CEO. Mas ele não retornou com um cargo no conselho como antes, assim como Altman.
O novo conselho deve ter ao menos mais seis novos integrantes, a serem adicionados nos próximos dias. Fontes afirmam aos jornais internacionais que a Microsoft, que investiu US$ 13 bilhões na OpenAI, estaria pleiteando um assento no novo board. Mas ainda é incerto se haverá mudanças que concedam proteção adicional aos investidores.
Altman escreveu na plataforma X que ele está ansioso para voltar à OpenAI com o novo board e com o apoio do CEO da Microsoft, o indiano Satya Nadella..
O CEO da Microsoft também elogiou a decisão, postando no X: “Estamos encorajados com as mudanças no conselho da OpenAI. Acreditamos que este é um primeiro passo essencial no caminho para uma governação mais estável, bem informada e eficaz.
No post, Nadella disse que "Sam, Greg e eu conversamos e concordamos que eles têm um papel fundamental a desempenhar junto com a equipe de liderança para garantir que a OpenAI continue a prosperar e a desenvolver sua missão. Estamos ansiosos para desenvolver nossa forte parceria”.
O conselho provisório teria sido criado para “examinar e nomear” um conselho completo com até nove membros. A empresa ainda informou que investigará a polêmica demissão de Altman, que teria sido resultado do seu tratamento e falta de comunicação transparente com o conselho.
A confusão sobre o futuro e a liderança da OpenAI criou um drama que durou vários dias e que tomou conta do Vale do Silício e do mundo dos negócios.
As pessoas esperaram para ver quem piscaria entre um conselho de uma organização sem fins lucrativos defendendo o que considerava a missão da empresa de desenvolver IA com segurança e o homem visto como o rosto da revolução na tecnologia.
Por enquanto, fica claro que o valor está na inovação e no comando criativo de Altman para continuar tocando o negócio de inteligência artificial. E mostra como a liderança certa é fundamental para a cultura de disrupção tecnológica.
Muitos compararam a demissão na OpenAI com a de Steve Jobs em 1985 da Apple. Os funcionários da empresa chegaram a dizer que o conselho não entendia o que é trabalhar com inteligência artificial.
A investigação ainda mostrará quais são as informações que o CEO da empresa não queria passar ao conselho. E, até isso ficar claro, o negócio ganhou dúvidas adicionais.
Resta saber como serão as relações com o novo conselho. Mas, por enquanto, os investidores, os funcionários e a Microsoft estão felizes com o acordo.