Em meio a um ambiente macroeconômico desfavorável, com bastante volatilidade no mercado doméstico e internacional, o BTG Pactual conseguiu registrar novamente receita e lucro em patamares recordes na comparação anual.

O banco de André Esteves anunciou na quarta-feira, 14 de agosto, que o lucro líquido ajustado atingiu R$ 2,9 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 15% sobre o mesmo período de 2023. A receita total, por sua vez, fechou o segundo trimestre em R$ 6 bilhões, avanço de 10% na comparação anual.

O retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE) chegou a 22,5% no segundo trimestre, recuo ante os 22,8% dos primeiros três meses do ano.

Os números do segundo trimestre são praticamente os mesmos vistos no primeiro trimestre, quando o lucro líquido ajustado também somou cerca de R$ 2,9 bilhões e a receita ficou em R$ 5,9 bilhões.

Um dos principais componentes da receita, a parte de sales and trading, área que inclui corretagem e operações de mercado, teve uma expansão modesta de faturamento entre o primeiro e o segundo trimestre, de 1%, para R$ 1,4 bilhão, num período marcado pela ampla volatilidade.

No caso do investment banking (IB), a receita caiu 15%, para R$ 558 milhões, uma vez que no primeiro trimestre o banco viu uma contribuição recorde das receitas com M&A. Já a parte de asset management teve um recuo de 5% da receita, para R$ 548 milhões, afetada pelo fato de o banco reportar os dividendos das assets independentes em que investe no primeiro trimestre.

Na comparação anual, porém, o BTG Pactual conseguiu manter o forte ritmo de crescimento, diante do bom desempenho de sua franquia de clientes e com o IB tendo bom desempenho.

O BTG Pactual captou R$ 56 bilhões em net new money (NNM) no segundo trimestre e ultrapassou a marca de R$ 1,7 trilhão de ativos sob gestão e administração, alta de 23% na comparação anual. Os novos recursos ficaram divididos entre as áreas de wealth management e personal banking com a asset do banco, com cada uma captando R$ 28 bilhões.

A área de wealth management e personal banking reportou novamente recorde de receitas, de R$ 928 milhões, alta de 28% na comparação anual, com os ativos sob gestão somando R$ 799 bilhões, avanço de 27%.

A receita da parte de asset management somou R$ 548 milhões, crescimento de 27%, com o total de ativos sob gestão e administração somando R$ 920 bilhões, avanço de 20%.

Quem também apresentou recorde de receita no segundo trimestre foi corporate lending and business banking. Em meio ao esforço do banco de diversificar receitas nessa frente, o segmento teve uma receita de R$ 1,5 bilhão no segundo trimestre, alta de 20% na comparação anual, com o portfólio de crédito somando R$ 194,8 bilhões, avanço de 27%.

No investment banking (IB), o mercado de dívida (DCM) foi novamente o destaque, além de ter contado com apoio da parte de M&A, num momento em que as operações nos mercados de capitais continuam em baixa. A receita da divisão subiu 82% em relação ao segundo trimestre de 2023.

Já em sales and trading, a receita recuou 26% em base anual, depois de um desempenho bastante robusto no período.

As despesas operacionais ajustadas do BTG Pactual ficaram praticamente estáveis entre o primeiro e o segundo trimestre, em R$ 2,2 bilhões, com o cost to income ajustado alcançando 37,3%, abaixo 37,5% dos três primeiros meses do ano.

No primeiro semestre, o BTG Pactual atingiu um lucro de R$ 5,8 bilhões, crescimento de 21% no período, e uma receita de R$ 11,9 bilhões, alta de 16%. O ROAE no período foi de 22,8%, em linha para manter o guidance de ter um retorno acima do visto em 2023, de 22,7%.

As units do BTG Pactual acumulam queda de 4,38% no ano, levando o valor de mercado a R$ 148,9 bilhões.