Um dos poucos nomes do agronegócio listados na B3, a BrasilAgro cavou seu espaço no mercado de capitais com um modelo baseado na comercialização de propriedades agrícolas. E, agora, quem está comprando essa tese é o Itaú BBA.
O banco está iniciando a cobertura da companhia com recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 34 para a ação, o que representa uma valorização de 32% em relação ao patamar do papel no encerramento do pregão da terça-feira, 24 de setembro.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 25 de setembro, o Itaú BBA observou que a empresa tem uma história de crescimento “convincente” no agronegócio, impulsionada por suas aquisições estratégicas de terras, um portfólio diversificado de culturas e o compromisso com práticas sustentáveis.
“Acreditamos que o foco da empresa em otimizar o uso da terra, ao mesmo tempo em que gera fluxo de caixa livre recorrente por meio de suas operações agrícolas, seguirá apoiando a criação de valor no longo prazo”, escreveram os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto.
A dupla aponta que, apesar dos atuais “ventos contrários” dos preços das commodities, as métricas de valuation da BrasilAgro seguem atraentes, dado o desconto atual de cerca de 25% em relação ao valor presente líquido (VPL).
Nesse contexto, os analistas enxergam a empresa como uma “alternativa barata” para comprar terras no Brasil e uma opção positiva para investidores estratégicos dispostos a ampliar sua exposição ao agronegócio.
“Também notamos que a ação tem uma forte correlação com os preços dos grãos, o que pode implicar que o ponto de entrada para uma negociação de longo prazo pode estar próximo, já que os preços das commodities atingiram a mínima de 5 anos”, afirmam.
O banco também ressalta que, ao longo dos anos, a BrasilAgro desenvolveu um modelo único que equilibra os riscos e retornos entre as operações agrícolas e as atividades imobiliárias, garantindo um fluxo de receita diversificado e uma proteção contra a volatilidade do mercado.
Outro ponto destacado é o fato de a empresa diversificar seu portfólio entre regiões, culturas e estágios de maturidade dessas propriedades. O que permite que a companhia consiga equilibrar operações de curto e longo prazo, maximizando os retornos em diversas condições de mercado.
“O foco recente tem sido em melhorar a eficiência operacional e a gestão de custos em todas as suas fazendas, o que dá suporte tanto à sua produção agrícola quanto aos negócios imobiliários”, pontua outro trecho do relatório.
O banco faz, porém, a ressalva de que as condições atuais do mercado trazem desafios e oportunidades para a companhia, justamente diante de fatores como a queda recente nos preços dos grãos, que pressionou as operações no campo do agronegócio e impactaram a lucratividade da empresa.
“Historicamente, as ações tendem a se mover em linha com os preços dos grãos”, escrevem. “No entanto, essa desaceleração do mercado também apresenta oportunidades para aquisições estratégicas de terras a preços mais favoráveis, o que pode render um valor significativo no futuro.”
As ações da BrasilAgro estavam sendo negociadas com alta de 1,40% por volta das 10h15 dessa quarta-feira, cotadas a R$ 26,10. Em 2024, o papel acumula uma desvalorização de 2,2% e a empresa está avaliada em R$ 2,6 bilhões.