Após diversos rumores, a OpenAI confirmou a captação de uma rodada de US$ 6,6 bilhões que praticamente dobrou seu valuation, agora de US$ 157 bilhões. Liderado pela Thrive Capital, o aporte na empresa, uma das protagonistas da inteligência artificial, foi anunciado na quarta-feira, 2 de outubro.
Entre outros pesos-pesados, como Tiger Global Management e Nvidia, um dos nomes ligados ao investimento foi o do Softbank, que teria contribuído com um cheque de US$ 500 milhões (o que não foi confirmado pelo fundo japonês).
Não é segredo, porém, o interesse crescente da empresa por essa onda. E esse apetite foi reforçado horas depois do anúncio da rodada, quando Masayoshi Son, fundador e CEO do Softbank, enalteceu o potencial da inteligência artificial. E com projeções, no mínimo, polêmicas.
“Uma corrida do ouro da inteligência chegou. Aquele que for mais rápido vencerá”, afirmou Son, durante o Softbank World 2024, conferência realizada nesta semana pelo gigante japonês, segundo informações do The Wall Street Journal.
Se a inteligência artificial é o mote dessa nova “corrida do ouro”, para Son, o conceito tem fôlego para ir muito longe e em pouco tempo. Em uma de suas previsões, ele disse acreditar que, a partir desses recursos, os computadores terão habilidades cognitivas no nível de um ser humano em dois a três anos.
Em outra projeção carregada de otimismo, Son estimou que o que chamou de “superinteligência artificial”, na qual os computadores têm 10 mil vezes a inteligência dos seres humanos, será alcançada em uma década.
Nesse ponto, Son elogiou o modelo mais recente da OpenAI, ressaltando que ele “desenvolveu a capacidade de pensar”. E disse que fez perguntas difíceis para confundir o programa, mas que obteve boas respostas em pouco tempo.
Em um desses questionamentos, o modelo teria levado 75 segundos para responder a pergunta de Son sobre como transformar 10 milhões de ienes em 100 milhões de ienes. Son não revelou, porém, a resposta.
Segundo a agência Bloomberg, o “manda-chuva” do Softbank disse ainda que a inteligência artificial comandará lares inteiros em um futuro próximo, monitorando a saúde das famílias, fazendo as compras de supermercados, dando aulas particulares para as crianças e identificando os investimentos ideais.
“Podemos projetar assistentes pessoais de IA que entendam suas emoções”, afirmou. “Essa tecnologia evoluirá a um ponto em que sua felicidade será sua maior recompensa.”
Essa não foi a primeira vez que Son exaltou a inteligência artificial. No Softbank World 2023, por exemplo, ele escolheu a imagem de um peixe dourado dentro de um aquário, olhando para um ponto de interrogação, e, na mesma direção, fora do recipiente, as letras A, B e C, para introduzir o tema.
“Você quer ser um peixinho dourado?”, questionou Son, no início de sua participação na ocasião. “Aqueles que ficarem longe da inteligência artificial e aqueles que a utilizarem irão se tornar tão diferentes quanto um macaco e um ser humano em suas capacidades intelectuais.”
Na oportunidade, ele projetou ainda que, dentro de uma década, a inteligência artificial será tão poderosa que superará todo o conhecimento humano. E que, nas décadas seguintes, o mundo terá alcançado avanços dignos de um Prêmio Nobel em áreas como ciência e engenharia.
Já em junho deste ano, Son voltou a falar desse “aquário”. Dessa vez, porém, para lamentar o “grande peixe” que deixou escapar na trilha dos investimentos do Softbank: a Nvidia, o outro grande nome, ao lado da OpenAI, na dianteira da inteligência artificial.
“É frustrante lembrar daqueles que perdi”, disse Son, em conferência com acionistas do Softbank. “O peixe que escapou era grande. Tive que vender às lágrimas as ações”, afirmou, referindo-se ao ano de 2019, quando o fundo se desfez da fatia de 4,9% que detinha na Nvidia. Hoje, a empresa está avaliada em US$ 2,9 trilhões.