A RB Capital, que nasceu em 2008 pela cisão da Rio Bravo Investimentos, está passando por um novo spin-off. Após ter vendido a securitizadora em 2021 para o private equity americano Jaguar Growth Partners, a empresa decidiu, agora, se dividir entre a gestora e o business de negócios de capitais.
O spin-off das estruturas ocorre após a saída em março deste ano do grupo japonês Orix, que tem cerca de US$ 400 bilhões globalmente e detinha 64% da RB Capital. Os sócios fundadores, que sempre estiveram no controle do negócio mesmo como minoritários, e outros executivos recompraram a sua participação. Os valores não foram revelados.
O movimento serviu para fazer uma separação societária da holding, algo que, segundo os sócios, já existia do ponto de vista operacional.
“Ao longo do tempo essas áreas foram se verticalizando e os marcos regulatórios para cada uma foram ficando mais definidos. O que foi cada vez mais levando a atuações e visões separadas do negócio", afirma Marcelo Michaluá, da RB Asset, ao NeoFeed. "Agora, sem um controlador, ficamos livres para seguir o melhor rumo para cada braço”,
Com a separação, a gestora RB Asset conta com Regis Dall’Agnese como CEO e Marcelo Michaluá como co-CEO, com Denise Kaziura e Renato Peres como managing directors. Os quatro executivos juntos passam a compor o comitê executivo da gestora.
A RB Asset tem um histórico de R$ 10 bilhões sob gestão, e atualmente um patrimônio de R$ 3,2 bilhões em três estratégias alternativas: fundos imobiliários residências em desenvolvimento, fundos de infraestrutura (que mais que quintuplicou o seu patrimônio este ano chegando a R$ 1 bilhão), e FIDCs de consignado do INSS. E quer quadruplicar o seu total sob gestão nos próximos dois a três anos nessas frentes.
“Acreditamos que o valor da gestão irá cada vez mais para os produtos alternativos e temos grande convicção nessas três estratégias para trazer rendimentos atrativos a um baixo risco para o investidor”, afirma Dall’Agnese.
Na RB Investimentos, o braço de mercado de capitais, Adalbero Cavalcanti continua como CEO e os demais sócios, Glauber Santos, Mauro Tukyiama e Ralph Anncicchino são os membros da diretoria executiva.
“Já trabalhávamos de forma autônoma, mas agora podemos mostrar ao mercado uma autonomia de fato e focar mais nos negócios. A RB investimentos ganha uma arquitetura mais aberta. O que traz mais valor para ambas as unidades”, afirma Santos, da RB Investimentos.
Para os executivos, o mercado financeiro está passando por mudanças estruturais importantes que permitem o crescimento de empresas especializadas, mesmo em meio à consolidação do mercado. E isso permite uma oportunidade única de crescimento que cada lado buscará com foco direcionada para cada business.
A RB Investimentos existe como plataforma desde 2019 e hoje tem cerca de R$ 3 bilhões sob custódia, com um histórico de R$ 25 bilhões de distribuição em crédito estruturado dentro de casa.
A empresa quer se apresentar como a maior plataforma de ativos isentos do mercado com foco nos clientes institucionais, como multi family offices e gestoras.
“Somos uma plataforma especializada em renda fixa, e desde as mudanças regulatórias, como taxação de fundos exclusivos e restrição a lastros para LCI e LCA, a demanda por títulos isentos é muito grande e estamos capturando isso”, diz Glauber Santos.
A RB Investimentos espera ter no mínimo 30% de crescimento até o fim de 2025, e chegar aos R$ 4 bilhões sob custódia.
A RB Capital S.A., antiga holding dos negócios do grupo, com a segregação e descruzamento implementados, fica como uma holding não-operacional de ativos proprietários, que atualmente está sob a administração de dois profissionais contratados, sem qualquer envolvimento executivo dos acionistas da RB Asset e RB Investimentos.