As ações da Berkshire Hathaway atingiram patamares recordes na segunda-feira, 24 de fevereiro, depois de Warren Buffett e sua equipe “realizarem sua mágica” e apresentarem um lucro operacional histórico no quarto trimestre.
Por volta das 18h06, as ações classe A da casa dirigida pelo "mago de Omaha” registravam alta de 4,04%, a US$ 747,76. O valor superou os US$ 741,97 registrados por alguns serviços de cotação de ações em 3 de junho, após uma falha nas cotações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), segundo a agência de notícias Reuters.
Com o resultado, as ações da Berkshire Hathaway acumulam alta de 11,6% nos últimos 12 meses, levando o valor de mercado a US$ 1,08 trilhão.
O entusiasmo dos investidores veio após a Berkshire Hathaway registrar um lucro operacional de US$ 14,5 bilhões no quarto trimestre, um aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2023.
O valor considera os resultados obtidos das companhias detidas pela gestora. No trimestre, a Berkshire teve um impulso relevante da parte de seguros, com destaque para a Geico, que passa por uma reestruturação. Essa vertical apresentou um lucro 302% maior no período, em base anual, de US$ 3,4 bilhões.
Já os resultados de investimentos em participações registrou uma forte desaceleração no quarto trimestre, dos US$ 29,1 bilhões apurados nos mesmos três meses de 2023 para US$ 5,2 bilhões.
Pelo nono trimestre consecutivo, a Berkshire vendeu mais ações do que comprou, fazendo com que as vendas totalizassem US$ 134 bilhões em 2024, num período em que os mercados americanos bateram recordes seguidos de alta.
Isso fez com que a gestora registrasse outra marca histórica no ano passado, de montante de recursos em caixa. O balanço apontou para uma colchão de US$ 334,2 bilhões, acima dos US$ 325,2 bilhões registrados no terceiro trimestre e do market cap da Petrobras (US$ 90,4 bilhões), Vale (US$ 42,7 bilhões), Itaú (US$ 52 bilhões) e Nubank (US$ 53,5 bilhões) combinados.
Ao longo do ano passado, a Berkshire Hathaway reduziu suas posições em grandes empresas, notadamente Bank of America (BofA) e Apple, duas grandes “estrelas” do seu portfólio, ainda que a empresa co-fundada por Steve Jobs (1955 - 2011) permaneça como uma parcela relevante dos investimentos da gestora.
As razões para essas vendas e o que a Berkshire Hathaway fará com os recursos em caixa ainda são uma incógnita. Em sua tradicional carta aos acionistas, divulgada junto com os resultados, Buffett afirmou que não pretende ficar segurando os recursos, assegurando que o estilo de investimentos da casa não mudou.
“Os acionistas da Berkshire podem ter certeza de que utilizaremos sempre uma maioria substancial do seu dinheiro em ações, principalmente ações americanas, embora muitas delas tenham operações internacionais significativas”, diz trecho da carta. “A Berkshire nunca preferirá a propriedade de ativos equivalentes em dinheiro ativos ante bons negócios, sejam eles controlados [pela Berkshire] ou apenas parcialmente detidos.”
Na carta, Buffett também tratou de sua sucessão, tema que ganhou força após a morte de Charlie Munger, seu então braço direito, em 2023, aos 99 anos. Com 94 anos, Buffett reafirmou que Greg Abel, vice-presidente que lidera todas as operações não relacionadas a seguros da gestora, será o seu substituto.
“Aos 94 anos, não demorará muito antes de Greg Abel me substitua como CEO e comece a escrever as cartas anuais”, afirmou.