A três dias de se esgotar o prazo para evitar o banimento do TikTok nos Estados Unidos, o governo de Donald Trump segue em sua cruzada para encontrar um comprador para a rede social do grupo chinês ByteDance no país.
Mesmo com a proximidade de um desfecho, ainda há quem esteja disposto a entrar nessa dança. É o caso da Amazon, que ingressou nesse páreo ao fazer uma oferta de última hora pela operação do aplicativo, segundo o The New York Times.
A proposta foi formalizada por meio de uma carta endereçada a J.D. Vance, vice-presidente dos Estados Unidos, e a Howard Lutnick, secretário de comércio americano. O jornal ressalta, porém, que a impressão, segundo pessoas próximas, é de que a oferta não está sendo levada a sério.
O fato é que alguns sinais deixam claro que a Amazon não está para brincadeira. Hoje, por exemplo, a empresa já mantém laços com o TikTok. Com 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, a rede social se consolidou como um dos grandes balcões virtuais do país.
As vendas da plataforma são impulsionadas por influenciadores e suas recomendações de produtos. E, não raro, elas citam a Amazon como o local para comprar tais itens. O que não impede o TikTok de também contabilizar bons indicadores nessa área, por meio da TikTok Shop, sua plataforma própria.
Fique Por Dentro
Para se ter uma dimensão de como isso se traduz em números – e como a operação se encaixaria na prateleira da Amazon, o TikTok Shop movimentou US$ 34 bilhões no mercado americano em 2024, segundo dados do Santander.
Além desses números e da possibilidade de fincar os pés e avançar nesse formato de vendas online, outra questão reforça o interesse da Amazon pelo ativo. Em dezembro de 2022, a empresa lançou uma espécie de “clone” do TikTok Shop, batizado de Inspire, dentro do seu aplicativo.
Com um status de alta prioridade, a plataforma de compras da gigante americana teve, porém, vida curta. Com a avaliação interna de que a ferramenta não foi capaz de atrair compradores, o projeto foi encerrado neste ano.
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Agora, a Amazon não está sozinha nessa disputa. Ela inclui ainda empresas como a AppLovin, que também teria feito uma oferta nos últimos dias pela operação, além de nomes que já estão há mais tempo nessa corrida, como Oracle e as gestoras de private equity Silver Lake e Blackstone.
A saga do TikTok nos Estados Unidos teve início em 2024, quando o Congresso Americano aprovou a aplicação de uma lei de segurança exigindo que a ByteDance vendesse a operação para uma comprador não-chinês.
O prazo inicial para que isso acontecesse era 19 de janeiro deste ano. Mas ele foi alterado quando Trump tomou posse para o seu segundo mandato na Casa Branca e estendeu esse período por mais 75 dias, ou seja, até o próximo sábado, 5 de abril.