Após ajustar as operações em busca de eficiência e retomar a rentabilidade, a Lojas Renner anunciou na noite desta segunda-feira, 26 de maio, um novo desenho organizacional com o intuito de aumentar a agilidade na tomada de decisão e fortalecer as outras marcas do grupo.
O conselho de administração aprovou mudanças no quadro de diretores estatutários, com destaque para a divisão das unidades de negócios em duas vice-presidências.
Uma das vice-presidências vai unificar as frentes de produtos e operações em uma estrutura dedicada à marca Renner. A segunda ficará responsável pelas demais marcas – YouCom, Camicado, Ashua e Repassa.
“A companhia tinha um desenho muito focado na Renner, mas temos um potencial grande de crescimento tanto na Renner como nas outras marcas”, diz Fabio Faccio, CEO da Renner, ao NeoFeed.
Segundo ele, para a vice-presidência dedicada à Renner, a companhia escolheu Fabiana Taccola, que já era diretora de operações. Ela acumulará a parte de produtos que ficava com Henry Costa, que renunciou ao cargo, após trabalhar 27 anos na Renner, para se dedicar a outros projetos pessoais e profissionais, mas contribuindo com projetos específicos da empresa.
Já o ocupante da vice-presidência responsável pelas outras marcas ainda será escolhido. Os dois vice-presidentes se reportarão diretamente a Faccio, assim como a diretoria responsável pela Realize, o braço financeiro do grupo.
Faccio diz que as mudanças visam impulsionar o crescimento e a produtividade da empresa e das diferentes marcas, com a expectativa de ter alguns ganhos de custos – ele destaca que o novo desenho não implicará em aumento na remuneração dos administradores.
Ele diz que esse desenho organizacional vinha sendo elaborado há um tempo pelo crescimento das demais marcas do grupo, como foi o caso da YouCom, cuja receita líquida cresceu 28% no primeiro trimestre, em base anual.
“Com essa mudança, vamos conseguir designar melhor as partes corporativas, focando o time de negócio tanto de Renner como das outras marcas mais no negócio”, afirma ele. “Desta forma, a gente se organiza melhor, utilizamos melhor nossos times, para potencializar o crescimento da Renner e das demais marcas.”
A mudança é mais uma etapa do processo de reestruturação da companhia. Desde 2019, a Renner vem trabalhando para melhorar a eficiência das operações no varejo e de sua gestão.
Dentre as medidas tomadas pelo lado operacional estão avançar na digitalização das vendas, processo acelerado durante a pandemia, e a inauguração do Centro de Distribuição (CD) de Cabreúva, no interior de São Paulo, no qual investiu cerca de R$ 750 milhões, para consolidar um novo modelo de abastecimento cada vez mais preciso e com menor lead time para as lojas.
As medidas tiveram efeito positivo no primeiro trimestre de 2025. A Renner fechou os primeiros três meses deste ano com um lucro líquido de R$ 221 milhões, um aumento de 58,7% em relação ao mesmo período de 2024, superando a média das estimativas colhidas pela Bloomberg, que apontava para ganho de R$ 111 milhões.
A receita líquida avançou 12%, para R$ 3,2 bilhões, também ficando acima das expectativas, que apontavam para R$ 3,1 bilhões. E o mesmo ocorreu com o Ebitda ajustado, que totalizou R$ 585,2 milhões, aumento de 55% – o consenso apontava para R$ 358 milhões.
As ações da Renner fecharam o dia com alta de 0,80%, a R$ 17,74. No ano, os papéis acumulam alta de 47,8%, com o valor de mercado somando R$ 18,5 bilhões.