Os funcionários da dona do TikTok estão prestes a “dançar” de alegria com a bolada que podem receber. A ByteDance está para lançar um novo programa de compra de participações detidas por seus colaboradores, após a companhia ter sido avaliada em US$ 330 bilhões, segundo apuração da agência de notícias Reuters.
O plano prevê oferecer aos funcionários US$ 200,41 por ação, de acordo com as fontes. O valor é 5,5% superior aos US$ 189,90 do programa anterior, ocorrido há seis meses, que avaliou a ByteDance em cerca de US$ 315 bilhões.
Segundo a Reuters, a expectativa é de que a recompra ocorra no outono do hemisfério norte, ou seja, entre o fim de setembro e dezembro.
Se for adiante, nestes termos, o mais novo programa de recompra de participações representará a consolidação da ByteDance como a maior empresa de mídia social em termos de receita.
As fontes ouvidas pela Reuters disseram que a companhia registrou, no segundo trimestre, um aumento de 25% no faturamento, em base anual – os dados ainda não foram tornados públicos.
Isso significa que a receita alcançou US$ 48 bilhões, ficando acima dos US$ 47,5 bilhões registrados pela Meta, dona do Facebook e do Instagram, no mesmo período.
A ByteDance alcançou o primeiro lugar no mercado de redes sociais no primeiro trimestre, quando a receita somou US$ 43 bilhões, acima dos US$ 42,3 bilhões da Meta.
Mesmo tendo uma receita maior que a da Meta neste ano, a ByteDance possui apenas um quinto do valor de mercado da companhia de Mark Zuckerberg, avaliada recentemente na casa dos US$ 1,5 trilhão.
A diferença é atribuída por analistas aos riscos políticos e regulatórios que a ByteDance enfrenta nos Estados Unidos. A empresa está sob intenso escrutínio de Washington, com os políticos afirmando que a companhia representa um risco para a segurança dos americanos por supostos laços com o governo da China.
No ano passado, o Congresso americano aprovou a aplicação de uma lei de segurança exigindo que a ByteDance vendesse a operação do TikTok nos Estados Unidos para um comprador fora da China. Essa é a exigência para que a plataforma possa continuar operando no país, no qual possui 170 milhões de usuários.
O Legislativo impôs que a operação ocorresse até 19 de janeiro, mas esse prazo já foi prorrogado pelo governo de Donald Trump. A última mudança ocorreu na semana passada, com a nova data-limite sendo 17 de setembro.
Apesar de Trump dizer que existe uma série de compradores americanos interessados, legisladores afirmam que o governo está descumprindo a decisão do Congresso e ignorando os riscos que a plataforma representa para a segurança nacional.
Se a venda for realizada, a versão americana do TikTok será controlada por uma joint venture com um americano tendo participação majoritária e a ByteDance com uma fatia menor. Dentre os nomes interessados, segundo a Reuters, estão a General Atlantic, a KKR e a Andreessen Horowitz.
Em abril, o jornal The New York Times informou que a Amazon apresentou uma oferta para adquirir o TikTok nos Estados Unidos, de olho nas vendas que ocorrem na plataforma, impulsionadas por influenciadores.