Ainda longe de encontrar um final feliz para a crise do novo coronavírus, a Disney vive pelo menos um capítulo positivo em meio a pandemia.
Com parques fechados e gravações suspensas para seguir as recomendações do distanciamento social, a empresa de entretenimento vê sua plataforma de streaming Disney+ assumir o protagonismo do grupo.
Em cinco meses de operação, o serviço atingiu 50 milhões de assinantes. Mais de 20 milhões deles assinaram o serviço nos últimos dois meses.
Quando foi ao ar, em novembro de 2019, a projeção da Disney era que essa marca de 50 milhões assinantes fosse atingida apenas em 2022. Mas a quarentena compulsória "inflamou" o mercado de streaming. E a Disney+ virou uma verdadeira febre.
Esse salto foi impulsionado também pela chegada, nas últimas semanas, a oito mercados europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, e à Índia. No Brasil, a previsão é que a Disney+ estreia no fim deste ano ou início de 2021.
Com uma programação turbinada pelas bandeiras mais respeitadas da casa, como Pixar, Marvel, Star Wars, Simpsons, National Geographic e o próprio estúdio Disney, a plataforma também aposta em conteúdo original.
A série The Mandalorian, por exemplo, foi assistida por mais de 100 milhões de pessoas em apenas duas semanas, desbancando Stranger Things, a principal aposta da Netflix.
O programa que tem Baby Yoda como estrela se tornou, em 15 dias, a série original mais assistida de uma plataforma de streaming.
Para além da programação, outro trunfo dessa nova aposta da Disney é o preço. A assinatura da Disney+ começa em US$ 6,99, enquanto a Netflix, líder do segmento com 167 milhões de usuário, fixou sua mensalidade em US$ 8,99. A Amazon Prime cobra US$ 12,99 e a HBO Now, US$ 14,99.
Bem-sucedida em ganhar tração com novos títulos e cativando a audiência com clássicos atemporais, como os desenhos da Disney, a plataforma de streaming da empresa do Mickey Mouse tem agora como desafio manter o ritmo quando tudo está parado.
A segunda temporada de The Mandalorian foi prometida para esse ano, mas todas as gravações estão suspensas por tempo indeterminado – tanto da Disney, como de todos os outros estúdios hollywoodianos.
O bom desempenho da Disney+ é um alívio diante da crise do coronavírus para o resultado da empresa. Desde o começo de fevereiro, a Disney já perdeu US$ 70 bilhões em valor de mercado. No período, suas ações desvalorizaram-se 24,5% até 9 de abril.
Para tentar estancar a sangria, Bob Iger, chairman do grupo e ex-CEO da Disney, abriu mão do próprio salário. Em 2019, o executivo recebeu US$ 47,5 milhões da empresa.
Seguindo o exemplo do líder, Bob Chapek, atual CEO da companhia, cortou pela metade seu salário de US$ 2,5 milhões.
Outros líderes do grupo tiveram seus pagamentos reduzidos em 30%. A partir de 19 de abril, alguns funcionários não-essenciais serão colocados em licença não-remunerada.
Em entrevista recente ao site americano Barron's, Iger revelou que os parques da Disney estudam a viabilidade de voltar a operar ainda no verão americano, que começa em junho. Segundo o executivo, checar a temperatura dos usuários para garantir a segurança coletiva é uma alternativa considerada.
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