Em abril de 1976, Steve Wozniak se juntou a Steve Jobs (1955-2011) para fundar a Apple, em Cupertino, na Califórnia. Nas décadas seguintes, a empresa revolucionou o mercado de tecnologia voltado aos consumidores e se tornou a companhia mais valiosa do mundo, ao alcançar o patamar atual de US$ 2 trilhões.
Agora, quase 45 anos depois, Wozniak volta a mostrar sua faceta de empreendedor e parece disposto a repetir os feitos da empresa da maçã. Em gestação há cerca de um ano, a Efforce, uma plataforma que promove economia no consumo de energia, é a segunda companhia fundada pelo americano e foi lançada oficialmente na quinta-feira, 3 de dezembro.
O cartão de visitas da startup foi uma listagem simbólica na HBTC, uma bolsa de valores de critpomoedas. No "IPO" da empresa, seu valor de mercado chegou a US$ 950 milhões nos primeiros 13 minutos de atividade. O que chama atenção é o salto histórico da empresa: ela estreou com avaliação de US$ 80 milhões e seu valor escalou mais de 10 vezes em 780 segundos.
Enquanto alguns creditam esse recorde à reputação e popularidade de Wozniak, outros apostam mesmo no complexo modelo de negócio da Efforce. Funciona assim: digamos que uma empresa que gasta US$ 100 por mês com a conta de luz se beneficie de um projeto fomentado pela Efforce e consiga reduzir seu consumo de energia em 50%.
Com isso, a companhia paga US$ 50/mês de conta de luz e "devolve" US$ 30 em forma de energia economizada à Efforce, poupando US$ 20 todos os meses. Os usuários da plataforma recebem, então, tokens, uma espécie de criptomoedas que podem ser usados para transações na bolsa ou para pagar sua própria conta de luz. "Isso significa que os tokens nunca vão perder seu valor", explica a companhia, em vídeo institucional.
Sob esse sistema, a companhia fala que em oito anos, 200 mil companhias puderam economizar US$ 700 milhões em energia e impulsionar esse mercado de "energia eficiente", que vale US$ 250 bilhões, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
“Nestes tempos difíceis, pequenas empresas estão agonizando. Elas não podem se dar ao luxo de mudar para iluminação LED ou agilizar certos processos de produção, por exemplo, o que poderia economizar dinheiro a longo prazo”, disse em comunicado Jacopo Visetti, cofundador da Efforce ao lado de Wozniak.
“A Efforce permite que esses pequenos empresários registrem seus projetos de melhoria de consumo de energia na web e tenham acesso a um financiamento proveniente de investidores do mundo todo. As empresas terão, então, mais dinheiro disponível para usar em outros projetos críticos, como infraestrutura ou contratações”, completou Visetti.
Já a decisão de aplicar a metodologia de blockchain é, para Wozniak, a maneira mais democrática de compartilhar os benefícios desse modelo de negócio. "Blockchain é um método matemático feito para democratizar qualquer coisa", diz o cofundador da Apple em vídeo da Efforce. "Basicamente, todo mundo participa da construção de seu valor, não existe uma companhia que controle ou manipule as coisas."
Mais do que buscar igualdade, Wozniak quer, de certa forma, salvar o mundo em sua nova empreitada. Segundo ele, o consumo de energia e a emissão de gases poluentes estão fora de controle e impactando negativamente o meio ambiente. Para ele, a Efforce é a prova de que não é necessário mudar nossos hábitos para agir de forma mais responsável social e ecologicamente.
Para fomentar o crescimento de seu negócio e a redução do consumo de energia, a Efforce deve chegar à outra bolsa de valores para moedas descentralizadas, a Bithum Global, na semana que vem. Resta saber se, mais uma vez, o cofundador da Apple tem fôlego – ou energia – para repetir o bom desempenho.
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