Spin-off da construtora Vitacon, a Housi chegou ao mercado no início de 2019 com a premissa de explorar o conceito de moradia como serviço e sob demanda, a partir do aluguel e da gestão de imóveis próprios e de terceiros, já mobiliados e equipados com uma série de serviços.
Em pouco mais de um ano, essa proposta atraiu 50 mil locatários e um aporte de mais de R$ 50 milhões do fundo Redpoint eventures. Agora, a startup está adicionando novos pilares a essa estratégia para seguir desafiando os alicerces do mercado imobiliário tradicional.
A plataforma, até então mais voltada a estadias de curto prazo, está lançando um serviço de moradia baseado em uma assinatura mensal. Com um período mínimo de trinta dias, o pacote permite ao locatário escolher um imóvel disponível no portfólio de 5 mil apartamentos gerido pela empresa.
“Agora, o usuário consegue ‘consumir’ a moradia da mesma forma que a Netflix ou qualquer outro serviço de assinatura”, diz Alexandre Frankel, fundador e CEO da Housi, ao NeoFeed. “E pode, a qualquer momento, renovar por mais 30 dias ou mudar para outra unidade, de acordo com a sua necessidade.”
Todo o processo para assinar o serviço, que está disponível desde a última sexta-feira, 29 de maio, é feito pelo site ou aplicativo da Housi, em poucos cliques. O usuário interessado não precisa comprovar renda e o único documento exigido é a identidade.
A cobrança é realizada via cartão de crédito, o que exige a aprovação da operadora responsável. Os preços mensais variam de R$ 1,2 mil a R$ 3,5 mil, para imóveis de dois metros quadrados (isso mesmo, você leu certo!) a 120 metros quadrados.
“A ideia é que a pessoa consiga alugar, cancelar ou mudar a locação em 30 segundos”, explica Frankel. “E sem nenhum tipo de burocracia, demora ou qualquer dor e atrito que normalmente se vê nesse mercado.”
Na largada, a empresa está promovendo uma campanha que dará três meses gratuitos para quem fechar um pacote de assinatura pelo período de um ano. O valor em questão poderá ser parcelado em até doze vezes.
O plano de impulsionar as locações de longa duração já estava no radar da Housi. Mas seu lançamento foi antecipado em dois meses. Com a Covid-19, a demanda por aluguéis de curta temporada, voltados ao uso corporativo e ao turismo, caiu cerca de 80%.
Já a procura por estadias mais longas cresceu 50%, de abril para maio. “Hoje, 84% da demanda na plataforma já é de longa permanência”, afirma Frankel, que não enxerga mudanças nesse cenário, ao menos no médio prazo.
A procura por estadias de longa duração na plataforma da Housi cresceu 50% de abril para maio
A pandemia está no centro de outra novidade. De olho em um público que busca um ambiente fora de casa, seja para um momento de descompressão ou para se concentrar no trabalho, a startup lançou, também na sexta-feira 29 de maio, o House Break, serviço de locação de apartamentos por hora.
Os preços variam de R$ 80, por duas horas, a R$ 220, por um período de doze horas. A princípio, a oferta, inspirada no modelo da startup americana Globe, estará disponível durante a pandemia. Mas não está descartada sua permanência no pós-Covid-19.
“Ao contrário de mercados como a Europa, onde a moradia como serviço é bastante comum, no Brasil, esse conceito ainda está em desenvolvimento”, diz Rafael Scodelario, consultor do mercado imobiliário.
Ele entende que a Housi tem condições de ser uma das protagonistas na consolidação desse modelo no País. “Além de serem um dos pioneiros, eles trabalham com estoque próprio e de outras incorporadoras, e estão capitalizados.”
Expansão
Além dos novos formatos, o plano da Housi é ampliar o leque de unidades disponíveis para os usuários. Para essa estratégia de expansão, além do aporte da Redpoint eventures, a empresa conta com os R$ 57 milhões captados a partir do lançamento, em março, de um fundo imobiliário.
Atualmente, a Housi tem um portfólio de R$ 4 bilhões de ativos sob gestão e uma base de 5 mil apartamentos para locação
Atualmente, a startup já tem imóveis para locação, próprios ou de terceiros em 24 bairros de São Paulo, ponto de partida da operação. No total, são R$ 4 bilhões de ativos sob gestão.
A Housi também tem contratos firmados com empreendimentos locais nas cidades de Porto Alegre (RS), Curitiba (RS) e Fortaleza (CE). E, até o fim do mês, a empresa vai estrear nos mercados de Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).
Nesse roteiro, a entrada envolve a parceria com incorporadoras parceiras, com empreendimentos novos, retrofits e alguns, já em operação. A previsão é fechar o ano com atuação em 20 cidades do País.
Ao mesmo tempo, a Housi tem mais sete empreendimentos de sua própria lavra em construção na capital paulista. Um empreendimento na região da Faria Lima e outro nas redondezas da Avenida Paulista estão entre os projetos previstos para entrarem em operação ainda nesse ano.
Boa parte da base de locatários da Housi é formada por jovens executivos, com idade média de 35 anos. A startup vem identificando, no entanto, a ampliação desse perfil. “Hoje, temos usuários de 18 a 70, 80 anos”, diz Frankel.
Para atender a esse público cada vez mais diverso, outro foco é ampliar o leque de serviços ofertados nos empreendimentos por meio de parceiros. Hoje, a Housi já mantém acordos com mais de 20 startups, entre elas, iFood, com armários para entrega de comida, Grow, com bicicletas elétricas, e Sing, que oferece serviços de manicure e pedicure.
Um dos próximos passos, também influenciado pela Covid-19, é dar acesso a serviços de telemedicina, por meio de uma parceria com a Docway, o que irá envolver a instalação de equipamentos nos empreendimentos.
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