Há três meses, durante evento destinado a investidores, a Hypera Pharma ressaltou a previsão de acrescentar cerca de R$ 1,32 bilhão ao seu balanço com lançamentos em cinco categorias de produtos, no prazo de cinco anos.
Entre essas áreas de expansão, a farmacêutica brasileira elegeu as vitaminas, com a projeção de uma receita adicional de R$ 150 milhões. É justamente nesse segmento, no qual a empresa opera com marcas como Vitasay, que o Bank of America (BofA) enxerga uma avenida de boas perspectivas para a companhia ganhar mais musculatura e fortalecer o seu resultado.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 12 de julho, os analistas do banco mantiveram a recomendação de compra para a ação da Hypera Pharma, com um preço-alvo para o papel de R$ 51, destacando um mercado endereçável de R$ 4 bilhões na categoria e que segue crescendo.
Um dos aspectos ressaltados é o fato de que o mercado brasileiro de vitaminas ainda é extremamente fragmentado, com a farmacêutica britânica GlaxonSmithKline liderando com uma participação de 8,7%, seguida pela Bayer, com 8,5%; Farmoquímica, com 7,6%; Sanofi Aventis, com 6,1%; e Cimed, com 5,5%.
“O consumo per capita está em um décimo dos níveis dos Estados Unidos, sugerindo um crescimento elevado, por um longo período, à medida que os benefícios de saúde e de prevenção estão se tornando mais relevantes”, escreveram os analistas Robert Aguilar, Melissa Byun e Guilherme Vilela.
Nesse cenário, o trio frisa que, apesar de liderar o segmento de vitamina D, por meio da marca Addera D3, a Hypera tem apenas 4% de participação no mercado como um todo de vitaminas. Ao mesmo tempo, eles destacam que as vendas da empresa na categoria vêm crescendo acima de 100%.
Os analistas também estimam um aumento de 10 vezes na capacidade de produção da empresa no segmento, além de salientarem o reforço de sua atuação na categoria de vitamina C, que movimenta cerca de R$ 2 bilhões anualmente no País, como alguns dos pilares para sustentar as projeções de crescimento elevado para a operação.
“Continuamos enxergando a Hypera como uma das relações de risco/prêmio mais atraentes em nossa cobertura. Os negócios em andamento da empresa parecem estar dentro ou acima do planejado”, escreveram os analistas, que destacaram ainda a perspectiva de aceleração das vendas de produtos do portfólio recém-adquirido da Takeda.
O trio frisa ainda que o mercado ainda percebe pouco valor na fatia de 25% que a Hypera mantém na joint venture BioNovis, além de enxergar uma “oportunidade considerável de longo prazo” na aquisição da SimpleOrganic, startup de cosméticos comprada pelo grupo em dezembro do ano passado.
Avaliada em R$ 21,3 bilhões, a Hypera Pharma acumula uma desvalorização em suas ações de cerca de 0,9% em 2021, levando-se em conta o preço do fechamento do pregão da quinta-feira, 8 de julho.
No primeiro trimestre de 2021, a empresa reportou um crescimento de 43,7% em sua receita líquida, para R$ 1,17 bilhão. Já o lucro líquido ficou em R$ 305,1 milhões, alta de 28,1%.