Fundada em 2017 pelos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi, em São Franciso, a Brex cresceu e captou US$ 1,2 bilhão de fundos de investimentos como Tiger Global, Ribbit, GIC (e muitos outros) com uma tese simples: ser um cartão de crédito para startups.
Avaliada em US$ 7,1 bilhões, a Brex, agora, está colocando o pé em outro negócio. A companhia está criando um fundo de venture debt de US$ 150 milhões para emprestar dinheiro para startups, de acordo com o site The Information,
Esse é a mais nova estratégia da Brex para enfrentar concorrentes estabelecidos do mundo das finanças. No começo, a startup surgiu como uma ameaça à bandeira Amex. Agora, o seu alvo é o Silicon Valley Bank, principal banco das startups americanas.
O venture debt é uma dívida feita pela startup. Sua vantagem é que não há diluição dos empreendedores e até mesmo dos investidores quando a companhia recorre a esse capital.
A Brex planeja se diferenciar de seus concorrentes com termos mais amigáveis. Inicialmente, o venture debt será oferecido apenas para 10 mil clientes. Os empréstimos serão entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões para empresas de receita recorrente.
Para essa oferta, a Brex levantou um novo fundo de US$ 150 milhões, que não havia sido reportado anteriormente, na qual a startup é a maior investidora, segundo o The Information. Os primeiros empréstimos começaram a ser feitos no início deste mês.
Esse é mais um passo para a Brex aumentar sua oferta de produtos financeiros. A startup havia requerido uma licença para se tornar um banco no começo deste ano, mas recuou para “modificar e fortalecer” seu negócio.
O mercado de venture debt está crescendo nos Estados Unidos. No ano passado, gerou operações da ordem de US$ 25 bilhões, cinco vezes mais do que em 2010, de acordo com dados do PitchBook.
No Brasil, essa é uma área que começa a contar com diversas opções. O BTG Pactual, por exemplo, estruturou uma área para emprestar dinheiro a startups. A Galapagos Capital atua também com esse tipo de empréstimo, assim como a Brasil Venture Debt.
O próprio Silicon Valley Bank começou a olhar para as startups da América Latina e estruturou um fundo de US$ 30 milhões para emprestar dinheiro às companhias da região.