Spin-off ou IPO? Essas são os caminhos que a Natura &Co vai avaliar para determinar o futuro da marca de cosméticos australiana Aesop.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, dia 17 de outubro, a Natura informou que o conselho de administração autorizou a diretoria a realizar um estudo comparativo entre a abertura de capital e a separação da Aesop do grupo.
Os estudos a respeito de um IPO parecem um pouco mais adiantados. Segundo a companhia, a opção vem sendo avaliada nos últimos meses e a administração tem tomado medidas para viabilizá-la.
O spin-off não estava sendo considerado até o momento. Se ocorrer, diz a empresa, ele poderá ser seguido de uma potencial oferta pública.
Independentemente da operação que for estruturada, a Aesop continuará liderada pelo atual CEO, Michael O'Keeffe, por meio de uma holding a ser listada nos Estados Unidos, que deteria as subsidiárias da Aesop.
O destino da Aesop é parte do esforço da Natura de se reestruturar, visando ficar mais eficiente. A companhia tinha como objetivo criar uma plataforma global de marcas de cosméticos com Natura, Avon, Aesop e The Body Shop.
O plano original, porém, não tem produzido os resultados esperados, diante da complexidade de integrar marcas e melhorar a performance delas.
A Aesop foi adquirida pela Natura no fim de 2012, quando comprou uma fatia da empresa por US$ 71,6 milhões. Em 2016, ela exerceu a opção de compra que detinha e ficou com 100% da companhia australiana.
Para tentar recuperar as atividades e dar rumo à Natura, empresa avaliada em R$ 17,8 bilhões, Fábio Barbosa, ex-presidente do Banco Real e do Santander, foi nomeado CEO em junho deste ano. Ele assumiu no lugar de Roberto Marques, que liderou o grupo por seis anos.
Quando as primeiras informações sobre o plano de reestruturação da Natura começaram a surgir, os analistas da XP Investimentos realizaram algumas simulações sobre o que aconteceria com a empresa.
No caso de uma cisão da Aesop, os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Tiago Suedt afirmaram que o movimento poderia destravar valor aos acionistas, porque ela está má precificada dentro do atual valuation da Naura, devido à baixa representatividade no Ebitda consolidado.
Mas eles destacaram que o momento não é favorável para esse tipo de movimento, porque a Aesop está iniciando um ciclo de investimentos para entrar na China, o que deve pressionar a rentabilidade no curto prazo.
Além disso, o gigante asiático enfrenta um cenário econômico desafiador por conta da política de lockdowns rígidos e dos problemas vistos nos setores de energia e imobiliário.
As ações da Natura fecharam o pregão de hoje com alta de 1,33%, a R$ 12,99. No ano, elas acumulam queda de 48,6%.