Lionel Messi e Cristiano Ronaldo vão ficar para a história do esporte como os dois protagonistas de uma das maiores rivalidades do futebol. Sadia, essa disputa teve como principais palcos os gramados do Camp Nou e do Santiago Bernabeu, com o argentino liderando o Barcelona e, o português, o Real Madrid.
A Copa do Mundo do Catar será uma das últimas chances de testemunhar esse embate. Entretanto, a proximidade do fim da carreira dos dois craques não significa que essa disputa terá um apito final. Ao que tudo indica, ela seguira com a dupla vestindo outras camisas e jogando em um novo campo: o das criptomoedas.
O “time” de Messi nessa peleja foi anunciado nesta sexta-feira, 21 de outubro. Trata-se da chinesa Bitget, uma das principais exchanges de criptomoedas do mundo, que passará a ter o craque argentino como seu embaixador.
Na outra ponta, Cristiano Ronaldo vai defender as cores da americana Binance, mais uma gigante do setor, com aproximadamente 90 milhões de usuários e presença em 180 países, entre eles, o Brasil.
Em junho desse ano, o jogador e a corretora de criptomoedas anunciaram uma parceria para a criação de uma série de coleções de NFTs, que será vendida na plataforma Binance NFT.
O anúncio da parceria entre Ronaldo e a Binance foi acompanhado de uma campanha global, no qual a corretora reforçou o uso da imagem do jogador para atrair novos usuários ao mundo da Web3 e das NFTs. Essa também é a pegada da tabelinha entre Messi e a Bitget.
“Queria agradecer a Bitget pelo entusiasmo em fazer participar do mundo das criptomoedas. Eu acredito que as duas partes podem ativar ações significativas, bem como oferecer a Web3 aos fãs do esporte”, afirmou Messi, em nota sobre a parceria.
A Web3 é um termo que vem sendo usado para definir a transformação na interação dos usuários com o ambiente digital, a partir de uma relação mais descentralizada e viabilizada pela tecnologia blockchain.
“Nós tentamos refletir a diversidade e a riqueza da nossa plataforma nas parcerias que escolhemos”, disse Gracy Chen, diretora-geral da Bitget. “Estamos honrados por fazer essa parceria com Messi, especialmente nesse momento da sua carreira, e entusiasmados em ter uma força da natureza conosco.”
Aproveitando o gancho da Copa do Mundo, a parceria será lançada com a veiculação de uma campanha global. No comunicado, a Bitget ressalta que o acordo permitirá que “ambas as partes se comprometam com esforços mais impactantes, que vão além da criptomoeda e do futebol”.
Antes do anúncio dessa sexta-feira, o capitão da seleção argentina já havia ensaiado algumas jogadas nesse espaço. Em agosto de 2021, ele lançou sua própria coleção de NFTs, que foi criada pelo designer digital BossLogic.
Já no fim da semana passada, Messi anunciou que também vai disputar outra liga, a do venture capital, a partir da criação da Play Time, um veículo que irá investir em startups de esportes, mídia e tecnologia. E que será comandado por veteranos do Vale do Silício.
O craque também não é a único nome na escalação da Bitget. A empresa é uma das patrocinadoras da Juventus, um dos principais clubes do futebol italiano e que, até pouco tempo, tinha Cristiano Ronaldo como sua maior estrela.
No campo dos esportes, a lista da exchange inclui ainda patrocínios e parceiros como o clube turco de futebol Galatasaray; o jogador japonês de futebol Keisuke Honda, que chegou a jogar no Botafogo-RJ; a PGL Major, empresa de eventos de eSports ; e a Team Spirit, principal equipe russa de eSports.
Fundada em 2018, a Bitget conta com mais de dois milhões de usuários registrados em sua plataforma, distribuídos em mais de 50 países. Com essa base e um portfólio extenso de produtos, a corretora tem um volume médio diário de trading de US$ 8,1 bilhões.
Avaliada em US$ 1 bilhão, a companhia tem os fundos SNK e Anlan Capital entre seus investidores. Capitalizada, passou a investir em sua expansão internacional a partir de outubro de 2020. Hoje, a empresa tem escritórios em países como Estados Unidos, Rússia, Japão e Austrália.
Nesse roteiro, a Bitget também está seguindo na contramão de outras empresas do setor, que vêm promovendo cortes na esteira do chamado “inverno cripto”. Em junho, a companhia anunciou o plano de dobrar sua equipe e chegar a um quadro de mil funcionários até o fim de 2022.
A América Latina e o Brasil são um dos focos dessa estratégia. A Bitget desembarcou no País em janeiro desse ano. Conforme apurou o NeoFeed, não há uma meta específica de contratações na região, mas a projeção é superar a marca de 100 funcionários nesse mesmo intervalo.
Além do crescimento da equipe, a perspectiva é de que o acordo com Messi ajude a acelerar a expansão da companhia no mercado latino-americano.
“A parceria com o Messi, que é um jogador muito adorado, irá potencializar nossos planos de expansão na América Latina e atrair novos clientes. A região é um mercado com grande potencial para o crescimento do nosso negócio e está ficando cada vez mais relevante para a nossa empresa como um todo”, afirmou Gracy Chen.