A Nestlé está aumentando sua aposta na América Latina. Nesta segunda-feira, 14 de novembro, o grupo suíço inaugura seu primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento na região. A ideia é criar produtos que possam ajudar a empresa a alavancar suas vendas em países como Brasil, Argentina, Chile, entre outros.
Estruturado nos últimos seis meses e localizado em Santiago, no Chile, o novo centro deve empregar cerca de 30 pessoas e será comandado pela executiva brasileira Aline Mor, que está na companhia desde 1996.
A Nestlé não divulga quanto investiu no projeto, apenas que os custos estão embutidos no orçamento de US$ 1,7 bilhão que a companhia destina anualmente para investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A ideia é de que o local sirva como um hub de inovação para ajudar a desenvolver novos produtos voltados para os consumidores da região. Para isso, a companhia pretende firmar parcerias com startups, fundos de investimento, empresas e universidades.
Em relação as startups, Mor conta que o centro vai funcionar também como uma aceleradora. Há a possibilidade de que as companhias e projetos desenvolvidos por lá sejam incorporados pelo grupo suíço, inclusive com M&As.
“A diferença para outros centros da Nestlé no mundo está no ecossistema da América Latina. A ideia é trabalhar com essas startups e com universidades”, diz Mor, em entrevista ao NeoFeed. “O papel é ser um agente catalisador e trazer tudo o que está acontecendo no mundo para a região.”
Além do Chile, a companhia também tem operações semelhantes na Europa e em mercados individuais como Cingapura, Índia e China.
O novo centro de pesquisa e desenvolvimento na América Latina deve ter um olhar mais atento mais atento para temas como redução de custos e acessibilidade de preços. Em relação aos novos alimentos, o foco deve ficar em áreas como produtos plant-based, cafés e nutrição pet.
No longo prazo, a intenção é aumentar as vendas companhia no continente. Nos primeiros nove meses deste ano, a companhia faturou cerca de US$ 9 bilhões na região (na conversão entre franco suíço e dólar americano). Para efeito de comparação, as vendas no mesmo período de 2021 somaram pouco mais de US$ 7,8 bilhões.
O faturamento obtido por aqui neste período já representa 12% das vendas totais do grupo no mundo, que somaram pouco mais de US$ 73 bilhões nos primeiros nove meses deste ano.