Enquanto o País se prepara para torcer pela seleção brasileira na Copa do Mundo - o escrete canarinho inicia a caminhada rumo ao hexacampeonato, no Catar, em 24 de novembro, contra a Sérvia, o mercado financeiro quer saber apenas de fechar 2022 em um clima de relativa paz.
Depois um ano altamente turbulento, com guerra na Ucrânia, inflação em disparada nas economias avançadas, eleições polarizadas e dúvidas sobre o rumo da política fiscal a partir de 2023, os investidores estão de olho em tudo que possa arriscar seus retornos.
Esse cenário inclui a principal competição de futebol do mundo. E a julgar pelas estatísticas do passado, as notícias não são nada boas, como mostra um estudo realizado pela XP Investimentos.
Segundo os analistas Jennie Li, Fernando Ferreira e Rebecca Nossig, o mercado tende a perder força quando a bola está rolando, com os retornos médios sendo ligeiramente negativos tanto durante os jogos quanto nos anos em que as Copas são realizadas.
Nos anos sem competição, o Ibovespa apresentou retorno médio positivo de 26,4%, em reais, e de 31,6%, em dólares. Já nos anos de Copa do Mundo, os retornos ficam negativos em 11,8% e 3,8%, respectivamente.
No decorrer do torneio, o retorno médio do Ibovespa ficou negativo em 1,7%. “Durante os dois títulos brasileiros mais recentes – em 1994 e 2002 – tivemos retornos negativos de 14%”, diz trecho do relatório, para a tristeza dos supersticiosos do mercado.
Segundo a XP, os jogos tendem a ajudar o mercado um mês após o evento, com o retorno médio do Ibovespa ficando positivo em 1,1%. No entanto, três meses depois após a Copa do Mundo, a euforia desaparece, com o principal índice da bolsa brasileira registrando um retorno médio negativo de 10,8%.
Fica então a dúvida: 2022 terá o mesmo destino? Os analistas da XP demonstram otimismo tanto com o Ibovespa, quanto no que diz respeito às chances de o Brasil levantar o hexa.
Para eles, o Ibovespa tem apresentado retornos sólidos – no acumulado do ano, o índice registra alta de 5,57%. No começo de setembro, a XP voltou a elevar suas projeções para 2022 ao patamar de 130 mil pontos, acima dos 120 mil pontos estimados anteriormente.
Já em relação às chances do Brasil, uma análise quantitativa realizada pelos analistas indica que a seleção brasileira tem a maior probabilidade de vencer se chegar à final, de 63%.
Mas a questão é justamente alcançar a decisão. Os cálculos da XP mostram que a probabilidade de o time chegar ao último embate é a quinta mais alta entre os 32 times da competição.
Os cenários simulados apontam que o confronto final mais provável é entre as seleções da Argentina e da França, com uma probabilidade de 55% de os hermanos derrotarem a atual campeã.