Nos últimos meses, a Sequoia Capital precisou dar explicações para os investidores após o colapso da FTX, empresa de criptomoeda na qual a gestora havia alocado parte de seu fundo dedicado ao setor. Na época, a empresa de capital de risco fez um mea culpa.
Mais do que assumir o erro por um processo de due diligence que teria deixado a desejar, a gestora também estava preocupada em como o caso poderia afastar investidores de seus novos fundos. Num momento delicado do venture capital, a Sequoia havia entendido que não poderia perder qualquer fonte de funding.
Em uma junção desses dois pontos, a gestora tomou uma nova atitude. Em evento realizado na quinta-feira, 12 de outubro, Alfred Lin, um dos sócios da empresa, afirmou que houve uma redução nas taxas de administração cobradas pela companhia de seus investidores.
A redução – que não teve detalhes divulgados – foi feita nas últimas semanas e envolvem as taxas cobradas no crypto fund e no ecosystem fund, de US$ 600 milhões e US$ 950 milhões respectivamente e que investem em outros fundos. De acordo com Lin, os investidores serão cobrados em cima do montante já investido e não do capital comprometido.
No fundo dedicado ao segmento de criptoativos, por exemplo, a gestora investiu apenas 10% do valor que já captou, conforme reportado pelo The Information. Desta forma, haverá um desconto considerável na taxa de administração.
A Sequoia vive um momento delicado. Além do escândalo envolvendo a FTX e que respingou na operação da investidora, a gestora também vê alguns de seus investimentos afundarem.
Um dos tiros que saíram pela culatra foi a aposta na Robinhood, na qual a gestora investiu US$ 258 milhões, de acordo com o The Wall Street Journal, e permaneceu na operação mesmo após a abertura de capital. Desde o pico, dias após a estreia na Nasdaq, as ações da fintech já caíram mais de 85%.
Ao diminuir as taxas de administração de seus dois fundos, a Sequoia reforça também uma aposta no setor de criptoativos. Depois de um 2022 complicado, o segmento volta a apresentar bons números – pelo menos por enquanto – nesse começo de ano.
Desde o começo de janeiro, o valor unitário do Bitcoin já subiu 27% e chegou a US$ 21 mil. Entretanto, do pico registrado em novembro de 2021, quando a moeda digital chegou a valer mais de US$ 43 mil por unidade, a queda é de 63%.