Depois de investir na goiana Cilia, o fundo de venture capital Cloud9 Capital está pegando, mais uma vez, a estrada para Goiás. Dessa vez, a gestora está apostando na Auvo Tecnologia, dona de uma plataforma de gestão de equipes externas com atuação em 8 mil clientes e presença em 16 países da América Latina.
A Auvo Tecnologia segue o playbook de empresas em que a Cloud9 Capital gosta de investir: companhias geradoras de caixa, com crescimento acelerado, fora do radar do venture capital – em geral, longe do eixo Rio-São Paulo – e que atuem na área de software e dados.
“Sempre que você vê um Uno com uma escada em cima, a empresa pode usar a solução da Auvo”, brinca Gabriel Rodrigues, cofundador da Auvo Tecnologia, ao NeoFeed.
A companhia foi fundada em Goiânia, em 2015, por Rodrigues, Valmir Caixeta e Danilo Silva, a partir da experiência que os três tiveram em uma empresa de telecomunicações que contava com equipes externas. “Tinha dificuldade com técnicos de campo e tentei contratar uma empresa e não achei nada no Brasil. Foi, então, que resolvi fazer uma ferramenta própria”, relembra Rodrigues.
A plataforma da Auvo oferece desde geração de ordens de serviço, orçamentos e relatórios digitalizados até a roteirização de atividades a partir de otimização de rotas. Os gestores, por sua vez, têm acesso, em tempo real, à localização de cada membro, ao controle de despesas e quilômetros rodados por cada equipe e, ainda, a um dashboard de produtividade dos profissionais que estão em campo.
A maioria dos clientes são pequenos e médios negócios de áreas como climatização e refrigeração, segurança eletrônica, energia solar e manutenção industrial. Mas a Auvo atende também grandes companhias como WEG, Daikin, Gree, Sem Parar e Eletrofrio.
“Nos Estados Unidos, existe a cultura do do itself’. No Brasil, temos o call the guy. É um mercado gigantesco. São mais de 700 mil empresas de call the guy e a maioria usa Excel, telefone e WhatsApp”, afirma Rafael Serson, sócio da Cloud9 Capital.
O valor do aporte não foi revelado. Mas a Cloud9 Capital faz cheques que podem começar em R$ 35 milhões e já chegaram a R$ 110 milhões, conforme revelou Felipe Affonso, um dos fundadores da casa de venture capital, em entrevista ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil.
O dinheiro captado vai ser usado para M&As, aumentar a presença na América Latina e, ao mesmo tempo, desenvolver novos módulos que possam tornar a jornada da plataforma mais completa.

Atualmente, 15% da receita da Auvo Tecnologia vem de negócios fora do Brasil. O plano é que passe para 30%. A intenção é aumentar a presença no México, Colômbia, Chile e Equador, responsáveis por 80% da receita internacional.
Ao mesmo tempo, o M&A entra no radar da Auvo Tecnologia. O foco são companhias que complementem a sua plataforma. “São empresas que possam trazer novas avenidas de crescimento”, afirma Rodrigues.
Sobre o desenvolvimento de novos módulos, Rodrigues cita o de vendas, que pode ajudar as empresas a terem mais contratos. “Queremos ser um one-stop-shop de prestação de serviço. Assim, vamos aumentando o tíquete médio”, diz o cofundador da Auvo Tecnologia.
Em 2024, a Auvo aumentou seu faturamento em 65%. Para 2025, a empresa pretende seguir no mesmo ritmo do ano anterior e encerrar o ano com uma receita anual recorrente (ARR) de R$ 55 milhões. A startup possui hoje 170 funcionários, divididos entre a sede, em Goiânia, e o escritório inaugurado em 2020, em Florianópolis.
Esse é o sétimo investimento da Cloud9 Capital. Fazem parte do portfólio da gestora a Next Fit, Clinicorp, Onfly, Zig, V360 e a já citada Cilia. Em comum, todas compartilham o modelo de software como serviço (SaaS) e são negócios que geram caixa.