A Shein vem incomodando as varejistas brasileiras. Além das margens apertadas do setor, Renner, Riachuelo e C&A vem enfrentando o poder econômico da gigante chinesa de moda. Mas nem todo o capital é sem fim. Até para a Shein.
Neste momento em que muitas empresas de tecnologia estão pedindo socorro financeiro, a Shein está em negociação para levantar até US$ 3 bilhões.
Para conseguir o dinheiro, a Shein, no entanto, deve fazer uma "promoção" em seu próprio valor e aceitar uma redução de seu valuation de US$ 100 bilhões para algo em torno de U$ 64 bilhões, caso a captação seja confirmada, segundo o jornal britânico Financial Times (FT).
A Shein busca essa nova rodada com os mesmos investidores. Entre eles, estão o fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala, a gestora de venture capital Sequoia China e o grupo de private equity General Atlantic.
Foi esse trio que sustentou a rodada anterior, realizada em abril do ano passado, que avaliou a Shein em US$ 100 bilhões. Com ele valor, a companhia passou a ser, na época, a terceira maior empresa privada em valor de mercado, atrás da ByteDance, controladora do TikTok, e da SpaceX, de Elon Musk.
Mesmo com uma receita de US$ 30 bilhões no ano passado, a Shein vive o mesmo problema de outras startups de tecnologia. Com a crise financeira global, os fundos de capital de risco estão fechando as torneiras e exigindo corte de custos, demissões e preservação do caixa.
O NeoFeed mostrou no ano passado a ambição e os planos da Shein no Brasil. Chris Xu (que também é conhecido como Yangtian Xu) esteve no País para se encontrar com alguns dos principais fornecedores de roupas do varejo de moda brasileiro.
Cinco meses depois dessa visita, a Shein contratou Felipe Feistler, ex-Shopee, para ser o gerente-geral da operação brasileira.