Com uma alavancagem financeira acima de 3,0 vezes e com o setor médico enfrentando uma série de dificuldades, a Dasa anunciou nesta sexta-feira, dia 24 de março, que pretende realizar uma oferta pública primária de R$ 1,5 bilhão, com compromisso de injeção de recursos pela família Bueno e o BTG Pactual.
Segundo o comunicado, do montante total, a família Bueno, controladora da rede de medicina diagnóstica, se comprometeu a subscrever R$ 1 bilhão. Já o BTG Pactual se comprometeu a prestar garantia firme de colocação de R$ 500 milhões. A oferta poderá também incluir lote de ações adicionais ou lote suplementar, a depender da demanda.
Em ambos os casos, o valor por ação foi estabelecido em R$ 8,50, acima dos R$ 7,53 em que os papéis encerraram o pregão de hoje, queda de 0,79%. Em um ano, eles acumulam baixa de 68,9%, levando o valor de mercado da empresa para R$ 4,2 bilhões.
“Todos os acionistas da companhia poderão participar da oferta através da oferta prioritária, podendo o montante objeto de garantia firme do BTG Pactual, inclusive, a critério da companhia e de seu acionista controlador, ser reduzido a depender da demanda de mercado”, diz trecho do comunicado.
A operação prevê ainda a emissão de bônus de subscrição a cada dez novas ações emitidas. Cada um desses bônus dará direito ao investidor de subscrever uma nova ação, no prazo de até 24 meses contados da liquidação da oferta, prevista para ocorrer após a divulgação dos resultados
Em 10 de março, a Dasa informou que estudava a possibilidade de uma oferta, como uma possibilidade de fortalecer sua estrutura de capital. Sua alavancagem financeira proforma fechou o terceiro trimestre em 3,75 vezes e a dívida líquida somou R$ 7,8 bilhões, alta de 2,5 vezes em relação ao montante registrado no mesmo período de 2021.
A alavancagem financeira elevada é um perigo no momento em que a Selic está na casa de 13,75% ao ano, gerando um peso relevante na linha financeira. Em fevereiro, a agência de classificação de riscos Fitch rebaixou o rating nacional da companhia de “AAA(bra)” para “AA(bra)”, com perspectiva negativa.
Na ocasião, a Fitch informou que a decisão visava a refletir a forte pressão no perfil financeiro da Dasa, diante da expectativa de que, dadas as condições, a alavancagem permaneceria elevada, acima de 4,0 vezes em 2023 e em 2024.