Com o fim de junho se aproximando, o mercado começa fazer suas previsões sobre qual será a temperatura do calendário de balanços do segundo trimestre de 2023. Nesse contexto, o clima parece não estar tão favorável para a Intelbras. Ao menos na avaliação do Itaú BBA.
Em relatório publicado nesta quinta-feira, 22 de junho, o banco traz uma prévia dos resultados e revisa, para baixo, algumas estimativas de indicadores da empresa no período, além de reduzir o preço-alvo da ação de R$ 37 para R$ 34. Muito em função das perspectivas, no curto prazo, dos negócios da companhia no segmento de energia solar.
Na visão do Itaú BBA, o desempenho dessa unidade figura como a principal preocupação em relação à companhia em 2023. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, a divisão de energia registrou uma queda de 34,3% em sua receita líquida, para R$ 277,8 milhões, sobre igual período, um ano antes. Para o segundo trimestre, o banco prevê uma queda de 15% na receita da área.
“Demos o benefício da dúvida à divisão em função das expectativas de melhora ao longo do segundo semestre, mas com quase dois trimestres do ano completos e poucos sinais de melhora, os desafios estão levando mais tempo para serem resolvidos do que era esperado”, afirmam os analistas Thiago Kapulskis, Gabriela Moraes e Cristian Faria.
Entre esses pontos críticos, o trio ressaltou a adaptação da estratégia de go-to-market e o financiamento dessa operação. Dessa maneira, o banco decidiu adotar uma abordagem mais conservadora, ao reduzir a projeção de crescimento na receita da área em 29,3%, em 2023.
Na esteira desse número, o Itaú BBA também atualizou, para baixo, suas estimativas para o ano em outros indicadores, reduzindo em 10,6% a projeção de expansão da receita líquida; 10%, do lucro por ação; 10,7%, do Ebitda; e 10,1% do lucro líquido.
Ao manterem a recomendação da empresa em outperform (acima da média do mercado), os analistas fazem, porém, algumas ressalvas. Além de destacarem os negócios de segurança, eles observam que a oportunidade em energia solar permanece sólida no longo prazo e acreditam que a empresa pode entregar 20% de crescimento composto de lucro por ação para o período de 2023 a 2026.
O trio pontua ainda que os desafios de curto prazo abrem uma boa oportunidade de entrada na Intelbras, dado que a ação está barata. “Admitimos, porém, que um investimento no papel exigirá paciência e não descartamos a possibilidade de novas revisões para baixo em 2023”, alertam.
As ações da Intelbras estavam sendo negociadas com queda de 4,03% por volta das 16h na B3. No ano, os papéis da companhia, avaliada em R$ 8 bilhões, acumulam uma desvalorização de 19,5%.