Em parceria com a B3, a Nu Asset Management, braço de gestão do Nubank, anunciou na quinta-feira, 28 de setembro, a entrada no mercado de fundos de índices (ETF, na sigla em inglês) com o lançamento de dois produtos: o Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11) e o Nu Ibov Smart Dividendos (NSDV11).
Os novos ETFs estarão disponíveis ao mercado a partir de sexta-feira, 29, e seguirão o Ibovespa Smart Dividendos B3, índice desenvolvido em conjunto pelas instituições. O indicador incluirá em sua carteira empresas do Ibovespa que se destacam no pagamento de dividendos. Enquanto o NDIV11 terá distribuição mensal de dividendos aos cotistas, o NSDV11 reinvestirá os dividendos recebidos na carteira do índice recém-criado.
O lançamento dos ETFs representa um movimento de diversificação do portfólio da Nu Asset, de olho não apenas na expansão da oferta para clientes da base, em especial os do segmento de alta renda, como também alcançar investidores pessoa física e institucionais de fora para ampliar a base de atuação da asset - os ETFs serão negociados em Bolsa.
“Sem abrir mão da agenda de inclusão financeira, é importante que continuemos servindo o público brasileiro, incluindo investidores mais sofisticados”, disse Livia Chanes, líder das operações do Nubank Brasil, durante entrevista coletiva para tratar do lançamento dos ETFs. “Queremos também engajar mais clientes, trazendo oferta segmentada, adequada a necessidade deles.”
Aumentar a fatia de clientes de alta renda, que possuem renda mensal entre R$ 15 mil e R$ 25 mil e que podem investir entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, é uma das prioridades do Nubank em 2023, conforme informou David Veléz, cofundador e CEO do Nubank ao NeoFeed em maio, por ocasião da divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2023.
Segundo Chanes, a penetração do Nubank neste segmento é alta, com cerca de 60% do público brasileiro com renda mensal acima de R$ 12 mil tendo conta no banco. Os ETFs são vistos como uma ferramenta para ajudar neste sentido, pelo lado dos investimentos. “Precisamos trazer alternativas para diversificação da carteira de investimentos e engajar os clientes”, afirmou.
Além do público interno, o Nubank também está de olho num mercado em expansão no País, acompanhando um movimento que está sendo visto no mundo.
Segundo o banco, citando dados da ETFGI, plataforma independente de pesquisa e consultoria em ETFs, o volume investido globalmente em fundos de índice nas duas últimas décadas apresentou evolução de 20% ao ano, com cerca de US$ 10,6 trilhões sob gestão em julho. No Brasil, o volume investido em ETFs era de quase R$ 45 bilhões em agosto, de acordo com o Boletim Mensal ETF da B3.
Esperando que estes números sigam evoluindo, Andrés Kikuchi, diretor executivo da Nu Asset Management, afirmou que o Nubank vai continuar investindo no lançamento de ETFs, sem adiantar os novos lançamentos. “A partir desses dois ETFs, estamos iniciando o processo de construção de novos ETFs”, disse ele. “Os ETFs são um pilar importante de desenvolvimento de novos produtos na Nu Asset.”
No caso dos dois primeiros ETFs, o valor mínimo inicial para investir é de R$ 100. A taxa de administração é de 0,5% e não haverá cobrança de taxa de performance.
Por volta das 16h, as ações do Nubank subiam 2,89% em Nova York, a US$ 7,30. No acumulado do ano, elas registram alta de 79,8%, levando o valor de mercado a US$ 32,3 bilhões.