Fundada em 2019 por Beto Sirotsky e Daniel Prianti como uma plataforma que une grandes anunciantes a empresas do setor criativo, a BPool conquistou mais de 50 companhias em 10 países da América Latina. Além disso, a startup já está presente com uma estrutura própria no México, Colômbia, Equador e Argentina.
Agora, a BPool está cruzando as fronteiras da América Latina e chegando aos Estados Unidos sob o comando de Matheus Barros, que será o cofundador da operação americana.
Barros, um executivo com passagem pela Unilever e que também liderou a implementação da agência Cubo nos Estados Unidos, está, no momento, preparando ao terreno para o início da subsidiária americana da BPool.
“Nos últimos meses, o Matheus vem fazendo o trabalho de curadoria de quem são os melhores fornecedores”, afirma ao NeoFeed Sirotsky, filho de Nelson Sirotsky, que foi presidente do grupo de comunicação gaúcho RBS por 21 anos. “Dentro do nosso plano, começamos a operar no primeiro trimestre de 2021.”
O início da operação americana tem ligação com os clientes que a companhia conquistou desde sua fundação. São nomes como como Unilever, Reckitt, Kimberly Clark, Stone, Kellogs, Ambev, Nestlé, Novartis, Pernod Ricard, L'Oreal e Mercado Livre.
Muitos desse clientes têm operações nos Estados Unidos e têm interesse em usar os serviços da BPool por lá, segundo Sirotsky. Barros, além de criar a rede de parceiros que farão parte da plataforma, terá um time comercial para prospectar novos clientes.
Os EUA são considerados um dos mercados mais fragmentados de comunicação do mundo. Hoje, são mais de 25 mil empresas de serviços de marketing no país. E mesmo durante a pandemia, o número de agências de publicidade digital saltou de 4,5 mil em 2019 para 5,5 mil em 2021, de acordo com a BPool.
No Brasil, a BPool conta atualmente com mil fornecedores em sua plataforma, que oferecem todo os tipos de serviços ligados à indústria criativa. Por ela, são ofertados serviços de planejamento, criação, gestão de conteúdo de redes sociais até eventos.
O tíquete médio dos projetos vendidos pela plataforma, na qual a BPool, em média, fica com uma comissão de 10%, é de R$ 65 mil. Mas os valores variam muito e vão de R$ 15 mil até R$ 3 milhões.
A forma de participar do marketplace é simples. As companhias se cadastram na plataforma e a área de vendas faz uma pré-seleção de todos os serviços que podem ser contratados.
A partir daí, a área de marketing e de comunicação pode contratar os prestadores sem burocracia e sem a necessidade de novos cadastramentos. A plataforma da BPool faz o “match” entre a empresa e os prestadores de serviços.
A seleção usa um algoritmo de inteligência artificial para fazer a indicação de pelo menos três empresas. Os preços são também pré-definidos, o que acaba com a barganha dos dois lados. “Organizamos a contratação e a gestão de múltiplos fornecedores dentro das empresas”, afirma Prianti.
Além da expansão para os Estados Unidos, a BPool também vai começar a testar outros modelos de negócios. Um deles é a antecipação de pagamentos aos fornecedores – em geral, as empresas demoram até 90 dias para fazer o pagamento.
A startup também vai testar o modelo de SaaS (software as a service) para a contratação de sua plataforma. A empresa está desenvolvendo alguns módulos, como de live marketing, martechs e de squads. Com isso, a meta da BPool é faturar R$ 100 milhões nos próximos 12 meses.
A startup também pretende buscar uma rodada série A no começo de 2022. Em outubro do ano passado, a BPool recebeu um aporte seed money de R$ 5 milhões liderado pela Chromo Invest. A rodada foi também seguida pelos investidores anteriores. Entre eles, a Maromar, family office de Nara e Nelson Sirotsky.