Poucos dias após a Meta demitir 11 mil funcionários de sua operação, nesta semana pode ser a vez da Amazon seguir o exemplo da empresa de Mark Zuckerberg.
A varejista americana pretende realizar a demissão de 10 mil empregados nos próximos dias, de acordo com o jornal The New York Times.
Os cortes devem afetar profissionais ligados às áreas de aparelhos e de tecnologias como a assistente de voz Alexa, além de empregados da companhia que atuam em divisões como varejo e recursos humanos. A Amazon ainda não se manifestou sobre o assunto.
A possibilidade de que a empresa realizasse cortes em massa não chega a surpreender. O The Wall Street Journal já havia informado que Andy Jassy, o CEO da companhia, estava analisando a possibilidade de realizar demissões em algumas áreas do negócio, em especial aquelas ligadas à Alexa.
Ainda que a demissão de 10 mil pessoas seja um número alto, os cortes vão afetar menos de 1% da força total de trabalho da companhia no mundo. A empresa fundada por Jeff Bezos tinha pouco mais de 1,6 milhão de funcionários ao fim de 2021, considerando empregados fixos e temporários.
No pregão desta segunda-feira, 14 de novembro, as ações da Amazon estavam em queda de pouco mais de 1%, por volta das 16h. Avaliada em US$ 1 trilhão, a varejista enfrenta um ano difícil na bolsa de valores e viu seu valor de mercado cair mais de 40% desde janeiro.
No terceiro trimestre de 2022, a Amazon registrou números abaixo do esperado pelo mercado. Ainda que a receita líquida tenha aumentado 14% para US$ 127,1 bilhões, a expectativa era de receita próxima de US$ 148 bilhões. Já o lucro líquido caiu 9% no período e ficou em US$ 2,8 bilhões.
A fortuna de Bezos
Enquanto a Amazon tenta enxugar custos e economizar dinheiro, o fundador da empresa parece mais preocupado em saber como vai usar o dinheiro que ganhou graças ao negócio.
Quarto homem mais rico do mundo, Jeff Bezos anunciou nesta semana que pretende doar a maior parte de sua fortuna de US$ 124 bilhões ainda em vida. Em entrevista à CNN, o bilionário afirmou que está estudando formas de alavancar o impacto das doações que realiza.
Bezos já chegou a ser criticado por não aderir a movimentos como o Giving Pledge, a campanha criada por Warren Buffett e Bill & Melinda Gates que incentiva bilionários a doar parte de suas fortunas em vida. Ex-esposa de Bezos, Mackenzie Scott aderiu ao movimento ainda em 2019.
De acordo com a Forbes, Mackenzie já doou mais de US$ 12 bilhões para mais de 1,2 mil empresas e associações ligadas com filantropia. No Brasil, ela já apoiou 15 causas. Uma delas foi a ONG Vetor Brasil, que recebeu R$ 4,2 milhões da bilionária no fim de outubro.