A Apple está expandindo ainda mais a oferta de serviços financeiros a seus clientes. A empresa da maçã anunciou nesta quinta-feira, 13 de outubro, uma conta poupança destinada aos usuários de seu cartão de crédito, em uma parceria com o Goldman Sachs.
Em comunicado, a companhia informou que a sua savings account estará disponível “nos próximos meses”. A conta não terá custos e os usuários poderão também depositar o cashback quando usam o cartão de crédito da Apple, o Daily Cash.
A empresa não informou quanto essa conta renderá, nem se estará disponível em outros países além dos Estados Unidos. No mercado americano, as contas poupança com maiores rendimentos retornam pouco mais de 2% ao ano, segundo levantamento da empresa de dados americana Bankrate.
A criação de uma conta poupança é o mais recente movimento da Apple na área de finanças, um espaço em que da companhia começou a colocar seus pés há oito anos para ampliar o leque de serviços disponíveis aos mais de 1 bilhão de proprietários de iPhone no mundo.
Essa estratégia teve início com o Apple Pay, sistema de pagamentos por aproximação presente nos dispositivos da companhia. Pouco a pouco, esse pacote foi sendo reforçado. Hoje, a Apple conta também com um cartão de crédito, em parceria com o Goldman Sachs, e, em junho deste ano, lançou um serviço de buy know pay later, o equivalente ao crediário.
Três meses antes, a companhia anunciou a aquisição da Credit Kudos, fintech britânica especializada em score de crédito e que atua no segmento de open banking, por US$ 150 milhões.
A conta poupança aprofunda ainda mais a parceria da Apple com o Goldman Sachs para desenvolver sua plataforma de serviços financeiros. Para o banco, as iniciativas representam uma possibilidade de expandir a atuação além do investment banking, para o varejo, área em que possui uma presença tímida.
Os movimentos da Apple já estão sendo sentidos no mercado bancário americano. Em junho, o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, destacou as iniciativas quando discutia a competição “brutal” que o segmento deve observar nos próximos anos.
“Eles (Apple) já tem uma carteira digital e querem dar alguma experiência na jornada de crédito”, afirmou o executivo na ocasião, de acordo com o jornal Financial Times. “Eles vão fazer processamento para comerciantes, vão emprestar para comerciantes. Talvez não através de seus balanços, mas isso (o que estão fazendo) é um banco.”
O investimento da Apple no segmento também representa um esforço da companhia para diversificar suas fontes de receita. No terceiro trimestre do seu ano fiscal de 2022, encerrado em 28 de junho, a linha de serviços da Apple, em que estão as iniciativas financeiras e de streaming, registrou uma receita de US$ 19,6 bilhões, alta de 12,1%, em base anual.
As vendas de produtos como iPhone e computadores totalizaram US$ 63,3 bilhões, um recuo de 0,9%, na mesma comparação. Com essas duas linhas, a Apple registrou uma receita total de US$ 83 bilhões, um crescimento de 2%.
As ações da Apple fecharam o pregão desta quinta-feira com alta de 3,36%, a US$ 142,99. No ano, elas acumulam queda de 19,7%, levando o valor de mercado a US$ 2,3 trilhões.