Há dois meses, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo da ação da Arezzo&Co ao destacar a estratégia do grupo de construir uma “casa de marcas”, com aquisições que incorporaram outras categorias ao seu portfólio além dos calçados femininos pelos quais ficou conhecido.
Em linha com essa visão, a empresa está adicionando uma nova peça a essa coleção na manhã desta terça-feira, 30 de novembro. A companhia acaba de anunciar a compra da marca Carol Bassi, por R$ 180 milhões, em um acordo que simboliza a sua entrada no segmento de vestuário feminino.
O montante em questão será dividido em parcelas a serem pagas em 180 dias e 360 dias a partir do fechamento da transação, que envolve ainda parcelas anuais e a possibilidade de pagamento em ações do grupo.
Pelos termos do acordo, caso a marca Carol Bassi atinja determinadas métricas de desempenho nos exercícios de 2022 e 2025, a Arezzo&Co poderá pagar aos atuais sócios da marca duas parcelas adicionais de R$ 20 milhões cada.
“Estamos entrando no vestuário feminino em excelente companhia”, diz Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, ao NeoFeed. “A Carol construiu uma marca muito conhecida, com um público muito fiel.”
Fundada em 2014, por Ana Carolina Bassi, a Carol Bassi tem uma loja física de quase mil metros quadrados no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, cujo faturamento anual é de R$ 36 milhões. Essa estrutura inclui ainda uma unidade no formato pop up inaugurada em outubro no Village Mall, no Rio de Janeiro.
Com mais de 320 mil seguidoras no Instagram, a Carol Bassi também conta com uma comunidade digital dividida em 55 grupos de WhatsApp, formada por mais de 8 mil mulheres, que representam 50% das vendas da marca. Esse público tem contato direto com as vendedoras das lojas e acesso a duas atualizações diárias com lançamentos.
“É muito difícil encontrar uma marca que, com poucas lojas, tem esse faturamento”, afirma Birman. “E a Carol Bassi nunca fez uma liquidação, sempre vendeu 100% das suas coleções. Isso também é raríssimo no mercado de moda.”
Com a aquisição, a Arezzo&Co mira um mercado endereçável de R$ 15 bilhões, formado por mulheres das classes A e B1. Entre as oportunidades de crescimento que o grupo enxerga para o ativo estão a abertura de 15 a 20 lojas próprias da marca no País em 2022, além do fortalecimento das vendas digitais.
Os planos passam ainda pela expansão da presença em lojas multimarca e as sinergias com outras operações do grupo, com o desenvolvimento de produtos da marca em categorias como calçados e bolsas.
Essa é a segunda aquisição fechada pela Arezzo&Co neste ano. Em junho, o grupo anunciou a compra da Baw Clothing, de roupas casuais e famosa entre influenciadores, por R$ 105 milhões.
O principal investimento do grupo, no entanto, na construção desse portfólio mais amplo veio em outubro de 2020, com a compra da grife Reserva, por R$ 715 milhões.
No terceiro trimestre de 2021, a companhia reportou uma receita líquida de R$ 777,9 milhões, o que representou um crescimento de 86,8% sobre igual período em 2020. Na mesma base de comparação, o lucro líquido teve um salto de 192,6%, para R$ 77,5 milhões.
As ações da Arezzo acumulam ligeira alta de 0,3% em 2021. A empresa está avaliada em R$ 6,8 bilhões.