No fim da manhã desta quarta-feira, durante a teleconferência do BTG Pactual com analistas, uma palavra se destacou em meio aos diversos indicadores do resultado apurado pelo banco entre abril e junho: recorde.
Do lucro líquido à captação de recursos, não foram poucas as marcas batidas no período e que se traduziram no melhor trimestre da história do banco, com crescimento em todas as suas linhas de negócio.
“Foi um trimestre que comprovou o nosso novo patamar de receita e resultado”, disse Roberto Saloutti, CEO do BTG Pactual. “Tivemos uma distribuição muito equilibrada e, cada vez mais, estamos caminhando para o que vai ser quase que uma igualdade entre nossas quatro franquias.”
Sob essa ótica, o BTG Pactual destacou lançamentos recentes e alguns dos próximos passos para sustentar esse crescimento, com destaque para algumas das linhas de negócio do seu portfólio.
Uma das novidades em teste, na sequência da conta corrente para pessoa física lançada no primeiro trimestre de 2021, é a conta corrente para pessoas jurídicas, com foco nas pequenas e médias empresas.
“Hoje, o crescimento da nossa carteira PJ em PMEs é baseado em dois produtos, recebível de cartão e alteração de desconto de duplicata contra grandes empresas”, afirmou João Dantas, CFO do BTG Pactual. “Vamos ampliar nossa capacidade de atração e de geração de receita para esse segmento.”
A área de gestão de fortunas também está se movimentando. No trimestre, impulsionada pela plataforma digital BTG+, a área reportou uma captação de R$ 54 bilhões, alta de 19% sobre igual período de 2020, e uma receita recorde de R$ 375 milhões, com crescimento de 89%.
Nesse segmento, o BTG Pactual acaba de lançar a Finanças+, plataforma de gestão da vida financeira dos investidores. “A ferramenta vai ajudando a administrar os gastos, olhando as tendências e usando muita inteligência artificial”, disse Dantas.
Outro foco é a linha de asset management, que registrou uma captação recorde de R$ 44 bilhões entre abril e junho, com um volume de ativos sob gestão e administração no fim do período de R$ 501,9 bilhões, 65% superior ao registrado há um ano.
“Nesse ponto, o que estamos vendo para frente é que o mercado vai demandar muito investimento alternativo”, observou Dantas. Ele citou algumas alternativas recentes nessa direção lançadas pelo BTG Pactual.
O leque inclui novos fundos como o Economia Real, de private equity, um primeiro fundo de investimento de impacto, dois fundos de crédito para o setor agrícola – que já captaram mais de R$ 1 bilhão, e um fundo de crédito para infraestrutura, em captação.
As aquisições, especialmente os acordos para incorporar escritórios de agentes autônomos, um espaço no qual o banco tem travado intensas batalhas com a XP, também seguirão no escopo. No trimestre, as incorporações da Acqua-Vero e da Wise foram alguns dos destaques dessa abordagem.
“Estamos buscando grandes agentes autônomos que têm potencial de, eventualmente, virarem corretoras”, disse Salloutti. Ele destacou que há um número limitado de escritórios que podem migrar para esse modelo. “Mas acreditamos que se não oferecermos essa opção, esses empreendedores vão buscar outras maneiras de construir essa história.”
Resultado
Entre abril e junho, o BTG Pactual reportou um lucro líquido ajustado de R$ 1,7 bilhão, o que representou um crescimento de 74% na comparação anual e um volume trimestral recorde do banco.
A receita líquida teve um salto de 52%, para R$ 3,7 bilhões, enquanto os ativos sob gestão e administração avançaram 77%, para R$ 880 bilhões.
No trimestre, a carteira de crédito corporativo e para pequenas e médias empresas registrou alta de 51%, para R$ 86,4 bilhões. Já o portfólio de PMEs, que envolve a operação do BTG+, alcançou a cifra de R$ 14,1 bilhões, uma expansão de 142%, e uma fatia de 16,3% no portfólio de crédito do banco.
As ações do BTG Pactual estavam sendo negociadas a R$ 31,67, com alta de 1,18% por volta das 13h15. No ano, os papéis do banco, avaliado em R$ 20,2 bilhões, acumulam uma valorização próxima de 36%.