No fim de julho, quando apresentou seu balanço do segundo trimestre de 2022, o Carrefour ressaltou que, nos meses seguintes, daria início à primeira onda de conversão das lojas e bandeiras do BIG, fruto da aquisição anunciada em março de 2021, por R$ 7,5 bilhões, e aprovada pelo Cade em maio deste ano.
Três meses depois, o grupo francês reservou um espaço para falar dessa estratégia ao divulgar, na noite desta terça-feira, 25 de outubro, a prévia de seus resultados no terceiro trimestre. E o “spoiler” do balanço veio acompanhado de uma atualização dessa agenda.
O Carrefour informou que está acelerando o calendário de conversões das marcas e pontos-de-venda do BIG. De uma base inicialmente prevista de 35 lojas até o fim de 2022, a nova projeção é encerrar o ano com mais de 50 unidades convertidas. Na prática, a meta para o período subiu de 30% para 40% do total de lojas incluídas nesse movimento.
Esse cronograma prevê a conversão de 17 a 19 lojas do BIG para a bandeira Carrefour; 13 lojas do BIG e entre 20 a 24 unidades do Maxxi para a rede Atacadão, a marca do grupo no segmento de atacarejo; e uma loja do BIG para o Sam’s Club.
Em setembro, o Carrefour finalizou as primeiras sete conversões dentro dessa estratégia, divididas entre 4 lojas do Maxxi, que migraram para a bandeira Atacadão, e três lojas BIG, que passaram a operar sob a marca do Carrefour Hiper.
Outras 15 lojas foram convertidas nesse mês de outubro. Ao mesmo tempo, em sua estratégia orgânica, a empresa inaugurou 6 lojas no formato de atacarejo no trimestre.
Em paralelo, o grupo concluiu a assinatura da venda das 14 lojas exigidas como remédios para a aprovação da transação pelo Cade, por um valor bruto de R$ 443 milhões. Desse total, 10 unidades foram adquiridas pelo Grupo Mateus e, as quatro restantes, pela rede gaúcha Asun.
Como parte dessa agenda, o Carrefour ressaltou os primeiros resultados obtidos com essas conversões. De acordo com o grupo, no primeiro mês de operação, as sete lojas que deram o pontapé nessa onda alcançaram uma média de 60% do patamar mensal de vendas por metro quadrado previsto para o quarto ano dessas operações.
Em outra frente, o grupo frisou que as vendas das lojas ainda não convertidas também avançaram no trimestre, com destaque para a bandeira Sam’s Club, que registrou um crescimento de 8,6%, revertendo a tendência negativa observada no primeiro semestre desse ano.
O Carrefour atribuiu esse desempenho da marca a implantação de campanhas comerciais, que geraram um aumento do número de membros ativos, além de um plano de ação que contribuiu para o crescimento do tíquete médio da operação.
Levando-se em conta todas as operações, as vendas brutas do Carrefour no terceiro trimestre cresceram 41,4%, para R$ 29,3 bilhões, tomando como base a comparação com igual período, um ano antes. No Atacadão, a alta no indicador foi de 15,1%, para R$ 17,8 bilhões. Já no segmento de varejo, as vendas brutas registraram um salto de 12,8%, para R$ 5,9 bilhões.
Antes da divulgação da prévia, as ações do Carrefour fecharam o pregão na B3 com um recuo de 5,95%, cotadas a R$ 18,34. No ano, os papéis da companhia, avaliada em R$ 38,5 bilhões, acumulam uma valorização próxima de 21%.