No dia em que a Shein formalizou um compromisso de nacionalizar 85% de suas vendas no Brasil com produtos feitos no País, a Coteminas anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos para estabelecer uma parceria com a varejista chinesa de moda.

Em fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 20 de abril, a fabricante de tecidos Coteminas informou que o acordo prevê um esforço conjunto para que 2 mil de seus clientes confeccionistas passem a ser fornecedores da Shein, para atender o mercado doméstico e da América Latina.

O memorando estabelece ainda um financiamento para capital de trabalho da Coteminas, cujo valor não foi revelado, além de um contrato de exportação de produtos para o lar.

O compromisso da Shein em nacionalizar boa parte de seus produtos foi anunciado hoje, em São Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu uma carta compromisso da companhia após reunião com representantes da Shein. O presidente da Fiesp e presidente da Coteminas, Josué Alencar, também participou do encontro.

Haddad informou ainda que a Shein se comprometeu em aderir ao plano de conformidade da Receita Federal, depois de acusações de que estaria burlando regras para trazer produtos da China sem pagar impostos.

“É uma coisa para nós muito importante que eles vejam o Brasil não apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, disse Haddad, segundo a Agência Brasil.

Desde o fim de 2021, a Shein vem estudando o mercado brasileiro, se encontrando com alguns dos principais fornecedores de roupas do País, conforme revelou o NeoFeed na ocasião.

Em maio do ano passado, a companhia contratou Felipe Feistler, ex-Shopee, como gerente-geral da operação brasileira. Ela também trouxe Fabiana Merlino Magalhães, que estava na AliExpress, para ser a head da categoria de moda.

A Shein ganhou muito espaço no Brasil nos últimos anos. O BTG Pactual estimou que a companhia registrou cerca de R$ 8 bilhões em vendas no ano passado, o que representaria um crescimento de 300% frente aos resultados estimados para 2021. A empresa não oferece detalhes sobre suas operações no País.